Trabalho e saúde mental dos profissionais da saúde
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TRABALHO E SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE<br />
6. Conclusão<br />
As altas prevalências de sintomas depressivos intermediários e sintomas<br />
de depressão maior em <strong>profissionais</strong> <strong>da</strong> Estratégia Saúde <strong>da</strong> Família e a alta<br />
porcentagem de exposição à violência no trabalho são de grande preocupação<br />
para os <strong>profissionais</strong>, para os gestores e para a população assisti<strong>da</strong>,<br />
uma vez que esses problemas trazem graves consequências, como: absenteísmo,<br />
incapacitação, que<strong>da</strong> de produtivi<strong>da</strong>de, abandono do trabalho, que<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do atendimento, erros e negligência, e suicídio. Além disso, é<br />
fun<strong>da</strong><strong>mental</strong> destacar que os trabalhadores <strong>da</strong> ESF ocupam um lugar estratégico<br />
dentro do sistema de <strong>saúde</strong>, já que atuam na base do sistema e devem,<br />
idealmente, garantir acesso, atendimento longitudinal e integral, além de coordenar<br />
o cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> população assisti<strong>da</strong> (mais de 121 milhões de pessoas<br />
no país). Portanto, o comprometimento <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong> desses trabalhadores<br />
pode ameaçar a sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Atenção Primária e repercutir no<br />
sistema de <strong>saúde</strong>.<br />
Apresentamos neste capítulo resulta<strong>dos</strong> de um estudo que avaliou <strong>profissionais</strong><br />
<strong>da</strong> ESF no município de São Paulo. A <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong> de trabalhadores<br />
que atuam em equipes de <strong>saúde</strong> <strong>da</strong> família que cui<strong>da</strong>m de populações em situação<br />
de rua, populações ribeirinhas e rurais também devem ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
A investigação mais amplia<strong>da</strong> <strong>dos</strong> contextos de trabalho na ESF e <strong>da</strong>s características<br />
<strong>da</strong> gestão promoverá maior compreensão <strong>dos</strong> fenômenos que afetam<br />
a <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong> <strong>dos</strong> trabalhadores <strong>da</strong> ESF e fornecerá substratos fun<strong>da</strong>mentais<br />
para a elaboração de intervenções.<br />
Referências<br />
188<br />
1. Rohde J, Cousens S, Chopra M, et al. 30 years after Alma-Ata: has primary health<br />
care worked in countries? Lancet 2008; 372(9642):950-61.<br />
2. Lehmann U, Sanders D. Community health workers: what do we know about<br />
them? Geneva: WHO; 2007.<br />
3. Pallas SW, Minhas D, Pérez-Escamilla R, Taylor L, Curry L, Bradley EH. Community<br />
health workers in low- and middle-income countries: what do we know about<br />
scaling up and sustainability? Am J Public Health 2013; 103(7):e74-e82.<br />
4. Perry HB, Zulliger R, Rogers MM. Community health workers in low-, middle-,<br />
and high-income countries: an overview of their history, recent evolution, and<br />
current effectiveness. Annu Rev Public Health 2014; 35:399-421.<br />
5. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saúde. Portaria n. 648 de 28 de março de 2006. Aprova a<br />
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas<br />
para a organização <strong>da</strong> Atenção Básica para o Programa Saúde <strong>da</strong> Família<br />
(PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial <strong>da</strong><br />
União. 2006. Available at: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/<br />
prt0648_28_03_2006_comp.html.<br />
6. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saúde. Política Nacional <strong>da</strong> Atenção Básica 2012. Brasília: