18.05.2016 Views

Cultura, democracia e socialismo: as ideias de Carlos Nelson Coutinho em debate

Este livro – que compila algumas das intervenções realizadas no Seminário Internacional Carlos Nelson Coutinho e a Renovação do Marxismo e textos de autores que não puderam participar do evento – pretende discutir o significado da obra de Carlos Nelson. Reunindo textos de renomados autores nacionais e internacionais, ele se compõe de duas partes: Marxismo, socialismo e democracia, e Luta política e luta ideológica no Brasil. Na primeira parte, os ensaios são de: Guido Liguori, Francisco Louçã, Antonio Infranca, José Paulo Netto, Michel Löwy, Mavi Rodrigues. Na segunda, escrevem Antonio Carlos Mazzeo, Marcelo Braz, Marcos Del Roio, Mauro Iasi, Milton Temer e Lúcia Maria Neves. A coleção Contra a corrente, que recebe o mesmo título de um livro de Carlos Nelson Coutinho – a quem se presta uma homenagem e se toma emprestado o espírito crítico e antidogmático –, é voltada para a publicação de textos sobre cultura e comunicação. Ela pretende reunir obras que expressem uma contratendência às ideias conservadoras de diversos matizes, notadamente ao chamado pensamento pós-moderno, que hoje reina quase absoluto no campo das ciências humanas.

Este livro – que compila algumas das intervenções realizadas no Seminário Internacional Carlos Nelson Coutinho e a Renovação do Marxismo e textos de autores que não puderam participar do evento – pretende discutir o significado da obra de Carlos Nelson. Reunindo textos de renomados autores nacionais e internacionais, ele se compõe de duas partes: Marxismo, socialismo e democracia, e Luta política e luta ideológica no Brasil. Na primeira parte, os ensaios são de: Guido Liguori, Francisco Louçã, Antonio Infranca, José Paulo Netto, Michel Löwy, Mavi Rodrigues. Na segunda, escrevem Antonio Carlos Mazzeo, Marcelo Braz, Marcos Del Roio, Mauro Iasi, Milton Temer e Lúcia Maria Neves.

A coleção
Contra a corrente, que recebe o mesmo título de um livro de Carlos Nelson Coutinho – a quem se presta uma homenagem e se toma emprestado o espírito crítico e antidogmático –, é voltada para a publicação de textos sobre cultura e comunicação. Ela pretende reunir obras que expressem uma contratendência às ideias conservadoras de diversos matizes, notadamente ao chamado pensamento pós-moderno, que hoje reina quase absoluto no campo das ciências humanas.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

apresentada no ensaio A <strong><strong>de</strong>mocracia</strong> como valor universal, <strong>de</strong> 1979. Retomando<br />

um <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> fundo que o ensaio suscita, explora os nexos históricos<br />

que enlaçam <strong>as</strong> i<strong>de</strong>i<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>Coutinho</strong> às discussões no interior do movimento<br />

comunista br<strong>as</strong>ileiro e internacional a partir do final dos anos 1950, articulando<br />

<strong>as</strong> polêmic<strong>as</strong> às respost<strong>as</strong> concret<strong>as</strong> que a realida<strong>de</strong> exigia dos comunist<strong>as</strong>.<br />

Braz percorre os <strong>em</strong>bates no interior do PCB para levantar os pontos<br />

<strong>de</strong> virag<strong>em</strong> que levaram ao processo <strong>de</strong> renovação pecebista. Seu objetivo no<br />

capítulo é “apresentar, <strong>de</strong> modo sintético, o <strong>de</strong>bate <strong>em</strong> torno d<strong>as</strong> posições<br />

adotad<strong>as</strong> pelo PCB após 1956 a partir <strong>de</strong> alguns dos estudos mais conhecidos<br />

e do exame parcial dos documentos do partido. A intenção é apen<strong>as</strong> fornecer<br />

um quadro aproximativo que permita vincular, <strong>de</strong> algum modo, <strong>as</strong> i<strong>de</strong>i<strong>as</strong><br />

expost<strong>as</strong> por <strong>Coutinho</strong> <strong>em</strong> 1979 com os dil<strong>em</strong><strong>as</strong> que os comunist<strong>as</strong> enfrentaram<br />

a partir <strong>de</strong> 1956” (p. 162).<br />

O capítulo escrito por Marcos Del Roio explora <strong>as</strong> posições <strong>de</strong> CNC publicad<strong>as</strong><br />

na Voz Operária, veículo do PCB, entre os anos 1977 e 1979, até chegar à<br />

polêmica do “valor universal” da <strong><strong>de</strong>mocracia</strong>. Del Roio preten<strong>de</strong> “bosquejar <strong>as</strong><br />

formulações <strong>de</strong> <strong>Carlos</strong> <strong>Nelson</strong> <strong>Coutinho</strong> sobre a questão <strong>de</strong>mocrática no Br<strong>as</strong>il<br />

<strong>em</strong> alguns artigos escritos na Voz Operária entre 1977 e 1979, quando usou o<br />

pseudônimo <strong>de</strong> Josimar Teixeira, e no ensaio que publicou <strong>em</strong> 1979, com o<br />

título <strong>de</strong> A <strong><strong>de</strong>mocracia</strong> como valor universal, que suscitou muita polêmica” (p.<br />

184). E i<strong>de</strong>ntifica que <strong>Carlos</strong> <strong>Nelson</strong> “a<strong>de</strong>re às concepções teóric<strong>as</strong> e polític<strong>as</strong><br />

que o PCI vinha <strong>de</strong>senvolvendo, inclusive certa leitura da obra <strong>de</strong> Gramsci que<br />

lhe dava suporte. No PCB forjou-se uma vertente que exatamente tinha o PCI<br />

por referência, isso no que toca a valorização da <strong><strong>de</strong>mocracia</strong> como ban<strong>de</strong>ira<br />

e como escopo e uma posição crítica mais dura frente ao chamado “<strong>socialismo</strong><br />

real”. <strong>Carlos</strong> <strong>Nelson</strong> <strong>Coutinho</strong> foi uma d<strong>as</strong> referênci<strong>as</strong> intelectuais mais<br />

importantes <strong>de</strong>ssa vertente, que predominou por certo t<strong>em</strong>po na elaboração<br />

do mensário Voz Operária, o porta-voz do partido” (p. 199).<br />

Já o capítulo <strong>de</strong> Mauro I<strong>as</strong>i apresenta um <strong>de</strong>bate com <strong>Coutinho</strong> especialmente<br />

no que diz respeito ao acento estratégico revolucionário posto<br />

na centralida<strong>de</strong> da “questão <strong>de</strong>mocrática” face aos limites da institucionalida<strong>de</strong><br />

burguesa n<strong>as</strong> condições br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong>. Para ele, “<strong>de</strong>mocratização da socieda<strong>de</strong><br />

br<strong>as</strong>ileira resultou não no enfraquecimento da heg<strong>em</strong>onia burguesa e<br />

na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma contra-heg<strong>em</strong>onia proletária, m<strong>as</strong>, ao contrário,<br />

completou e consolidou a heg<strong>em</strong>onia burguesa no Br<strong>as</strong>il <strong>de</strong> maneira lenta,<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!