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Revista Meus Peixes 01

Revista digital de aquarismo editada e produzida pelo site meuspeixes.com, especializado no tema.

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Nº <strong>01</strong> - ANO 1 – Maio/2<strong>01</strong>6<br />

ESPECIAL<br />

A DOENÇA DO DISCO LOUCO<br />

REALIDADE OU MITO?<br />

NOVO<br />

TRATAMENTO!<br />

MARCOS<br />

MATARATZIS<br />

NOS ENSINA<br />

SOBRE O CICLO<br />

DO NITROGÊNIO<br />

PROTEÍNAS<br />

Mais importante<br />

que a quantidade<br />

Devemos cuidar é a<br />

qualidade!<br />

O mestre Takashi Amano


2<strong>01</strong>6 é um grande ano!<br />

Mesmo envolvidos em uma gigantesca crise econômica que afeta de<br />

maneira terrível o nosso hobby - a maioria dos produtos que utilizamos são<br />

importados e estão vinculados ao cambio do dólar - e além disso o custo da<br />

energia elétrica da qual também dependemos está em valores astronômicos<br />

mas mesmo assim conseguimos crescer e tornar muitos sonhos em realidade!<br />

Primeiro transformamos um perfil pessoal no facebook em uma fan<br />

Page de divulgação de informações e troca de experiências. Depois passamos<br />

a comercializar produtos que testamos e acreditamos serem seguros e<br />

eficientes aos amantes do aquarismo.<br />

Não paramos por aí, o projeto cresceu e não tivemos outra alternativa<br />

a não ser criar nosso próprio site o meuspeixes.com concentrando ali muita<br />

informação além de uma loja virtual completa com preços competitivos.<br />

Bom, seria já suficiente para um ano, mas, em um insight, resolvemos<br />

criar uma revista digital para promover nosso site e premiar nossos amigos e<br />

clientes com um material de interesse e que possa ser acessado onde e<br />

quando seja conveniente.<br />

Mas como tudo na vida o aquarismo não vive só de boas notícias, no<br />

ano passado tivemos uma grande perda para o aquarismo mundial, que foi o<br />

falecimento do mestre Takashi Amano, mas seu legado jamais nos deixará, e<br />

neste primeiro número de nossa revista prestamos uma justa e singela<br />

homenagem ao mestre.<br />

Aqui estamos dispostos a publicar informação, conhecimento,<br />

produtos de qualidade e promover o debate para contribuirmos com o<br />

crescimento do aquarismo no Brasil e contamos com sua participação,<br />

sugerindo, criticando contribuindo com nossa revista porque NÓS FAZEMOS<br />

O QUE AMAMOS!<br />

Marcelo Jodar


EXIJA SEGURANÇA E QUALIDADE EM<br />

SUAS TPAs


HOMENAGEM<br />

TAKASHI AMANO<br />

O MESTRE<br />

O mundo do aquarismo perdeu no ano passado o homem que revolucionou o aquarismo.<br />

Takashi Amano, um japonês que ensinou a todos, técnicas revolucionárias do<br />

aquapaisagismo além de desenvolver produtos, ferramentas e conceitos para serem<br />

utilizados e aplicados no hobby, faleceu dia 04/08/2<strong>01</strong>5 aos 61 anos, deixando a todos<br />

nós, além da saudade, um legado que nunca esqueceremos.<br />

Takashi Amano visitou florestas tropicais na Amazônia, Bornéu, África Ocidental e<br />

florestas intactas no Japão. Ele trabalhava em séries de fotos com o foco na “natureza<br />

intocada”, captava detalhes minuciosos da natureza e suas obras têm sido introduzidas a<br />

nível internacional através de várias exposições e publicações. Nos últimos anos, Amano<br />

deu inúmeras palestras sobre suas expedições de fotografia e suas experiências na<br />

natureza ao redor do mundo, e ele defendia a importância de programas de plantio de<br />

árvores para proteger o meio ambiente da Terra.<br />

Membro do Japan Professional Photographers Society, a Japan Advertising<br />

Photographers’ Association, a International Environment Photographers. As suas<br />

paisagens são notáveis na forma como mimetizam a natureza, e podem ser consideradas<br />

como uma forma de arte.<br />

Amano também é o responsável pela popularização do uso de Glossostigma<br />

elatinoides e Riccia fluitans no hobby e pela introdução dos camarões como um meio de<br />

controlar a população de algas. A espécie de camarão japonesa conhecida por “Amano<br />

shrimp” ou “Yamato shrimp” (Caridina japonica) foi batizada em sua honra.


Takashi Amano poderia ter sido apenas um bem sucedido ciclista profissional. Em<br />

mais de mil corridas, ele obteve sucesso, ganhou dinheiro e viajou o mundo. Mas esse<br />

japonês amava mergulhar e tirar fotos do fundo do mar e resolveu deixar sua marca<br />

histórica de outro jeito. Foi mergulhando que ele teve a ideia de levar aquelas paisagens<br />

para dentro de um aquário. Amano criou um estilo de imitação da natureza. "O peixe é um<br />

detalhe", resumiu sua obra recentemente em uma entrevista.<br />

Takashi Amano poderia ter sido apenas um bem sucedido ciclista profissional. Em<br />

mais de mil corridas, ele obteve sucesso, ganhou dinheiro e viajou o mundo. Mas esse<br />

japonês amava mergulhar e tirar fotos do fundo do mar e resolveu deixar sua marca<br />

histórica de outro jeito. Foi mergulhando que ele teve a ideia de levar aquelas paisagens<br />

para dentro de um aquário. Amano criou um estilo de imitação da natureza. "O peixe é um<br />

detalhe", resumiu sua obra recentemente em uma entrevista.<br />

Em três décadas, Amano criou novas técnicas e levou para debaixo d'água os<br />

conceitos de jardim japonês e arte wabi-sabi (a busca da beleza na imperfeição e a criação<br />

do caos controlado). Sua empresa, a Aqua Design Amano (ADA) cria aquários de grande<br />

porte para hoteis, restaurantes e embaixadas, vende produtos de primeira linha para<br />

quem quer levar o hábito a sério e ainda organiza a competição internacional de<br />

aquarismo natural, a IAPLC, que teve 2545 inscrições de 69 países, em 2<strong>01</strong>5.


Amano é o autor de Nature Aquarium World, uma série de três livros dedicados<br />

ao paisagismo aquático, plantas aquáticas e peixes de água doce. Também publicou<br />

"Aquarium Plant Paradise".<br />

Os seus livros são considerados como grandes referências no hobby, sobretudo no<br />

nicho dedicado aos aquários plantados.<br />

TAKASHI AMANO<br />

18.07.1954<br />

04.08.2<strong>01</strong>5<br />

Referências: http://aquaa3.com.br/; http://noticias.uol.com.br/; http://www.adana.co.jp/;<br />

SUBSTRATO PLANTADO JBL MANADO 25L P/ AQUARIO 350L<br />

VOCÊ ENCONTRA EM WWW.MEUSPEIXES.COM<br />

PRIMEIROS<br />

PASSOS


O artigo a seguir foi escrito pelo grande professor de química e entusiasta do aquarismo o<br />

Sr. Marcos Mataratzis e nos dá uma visão clara para compreendermos o ciclo do<br />

nitrogênio em nossos aquários. Boa leitura!<br />

O CICLO DO NITROGÊNIO<br />

Marcos Mataratzis<br />

- Moço! Vou levar este aquário para colocar uns peixinhos. O que preciso levar<br />

além do aquário e dos peixes e como proceder?<br />

- A senhora vai precisar de um filtro e anti-cloro. Quando chegar em casa, a<br />

senhora coloca água no aquário, pinga o anti-cloro, liga o filtro e pode colocar os peixes.<br />

Quem já não presenciou um diálogo como esse? O despreparo dos atendentes das<br />

lojas de peixes é um dos grandes entraves para a evolução do aquarismo. Tenho certeza<br />

que esta moça do diálogo se decepcionou muito com o aquarismo quando viu seus peixes,<br />

um por um, morrerem “inexplicavelmente”.<br />

A primeira coisa que devemos ter em mente ao montarmos um aquário é escolher<br />

sua fauna. O tamanho do aquário assim como seu sistema de filtragem devem estar de<br />

acordo com os habitantes que pretendemos colocar dentro dele.<br />

A escolha da fauna deve ser criteriosa, levando em consideração não apenas a<br />

aparência dos peixes mas também suas necessidades com os parâmetros da água e<br />

alimentação mas acima de tudo, a água do aquário já deve estar madura para receber seus<br />

primeiros habitantes. Por madura, entenda-se que ela já passou pelo período que<br />

chamamos de ciclagem.<br />

O Ciclo do Nitrogênio<br />

Todo material de origem orgânica gerado pela decomposição seja de restos de<br />

alimentos ou dos dejetos dos habitantes de um aquário acabam, invariavelmente, se<br />

transformando em amônia já que os aminoácidos presentes nas proteínas possuem um<br />

grupo amino (- NH2) em sua estrutura:<br />

R – CH (NH2) – COOH<br />

Este grupo amino capturando um átomo de hidrogênio se transforma em amônia,<br />

NH3. Amônia é uma substância bastante nociva para os peixes e precisa ser removida de<br />

alguma forma. O acúmulo desta substância no aquário leva a maioria dos peixes à morte<br />

por envenenamento ou asfixia.<br />

Na natureza existem bactérias aeróbicas, chamadas Nitrosomonas que<br />

transformam a amônia em ácido nitroso (que passaremos a chamar de nitritos), conforme<br />

a reação abaixo:


NH3 + [sup]3[/sup]/2 O2 ---> H[sup]+[/sup] + NO2[sup]-[/sup] + H2O + 58 a 84<br />

Kcal/Mol<br />

Tais bactérias usam aquela energia gerada pela reação em seu metabolismo. Os<br />

nitritos gerados também são bastante prejudiciais para os peixes. Felizmente, um outro<br />

grupo de bactérias também aeróbicas, chamadas Nitrobacter oxidam os nitritos<br />

transformando-os em nitratos:<br />

NO2[sup]-[/sup] + ½ O2 ---> NO3[sup]-[/sup] + 15,4 a 20,9 Kcal/Mol<br />

Novamente, essas bactérias se nutrem da energia liberada pela reação. Os<br />

nitratos formados são menos nocivos do que a amônia ou os nitritos mas também devem<br />

ser removidos. Nitratos são fonte de nutrientes para as plantas. Daí a importância de têlas<br />

em um sistema fechado como um aquário.<br />

O tempo necessário para que tais colônias se estabeleçam em nossos aquários<br />

varia com uma série de fatores como temperatura, tipo de substrato, pH e teor de<br />

oxigênio da água sendo difícil precisar o tempo exato mas, via de regra, leva de 30 a 40<br />

dias.<br />

Leva cerca de 8 a 10 dias para que as bactérias que consomem a amônia se<br />

estabeleçam e comecem a agir. Quando isto acontece os níveis de nitrito sobem e atingem<br />

seu máximo lá pelo 15° dia. É hora agora da outra colônia de bactérias começar a<br />

transformar os nitritos em nitratos. Em condições normais, os nitratos sobem<br />

indefinidamente, ultrapassando a concentração dos nitritos entre 20 e 25 dias. A essa<br />

altura, a amônia já deve estar sob controle. Quando os nitritos finalmente estiverem<br />

zerados é sinal que já existem bactérias suficientes para consumir tais substâncias no<br />

aquário. Atente para o fato que nessa hora, a concentração de nitratos estará bem<br />

elevada. Geralmente fazemos uma troca parcial de água nesse momento para diminuir tais<br />

níveis e deixar a água pronta para receber seus primeiros habitantes.<br />

Estudos recentes mostram que uma ciclagem pode acontecer na faixa de<br />

temperaturas que vai de 4 a 45°C. Tais estudos também mostram que as Nitrosomonas se<br />

multiplicam melhor a 35°C enquanto as Nitrobacter tem como temperatura ótima de 35 a<br />

42°C.<br />

Outra informação recente é que de todas as bactérias contidas em aquários cerca<br />

de 20% apenas são Nitrosomonas (amônia -> nitritos). 50% delas são do gênero<br />

Nitrosococus (nitrito -> nitratos) e 9% são Nitrospiras (amônia -> nitritos). Os 21%<br />

restantes ainda são desconhecidas mas não incluem as Nitrobacter, presentes na natureza.<br />

PARTICIPE DE NOSSA REVISTA DIGITAL COM SUA<br />

EXPERIÊNCIA EM AQUARISMO, ESCREVA UM<br />

EMAIL PARA: contato@meuspeixes.com<br />

Obs. A colaboração é voluntária


Marcos Mataratzis é professor no Colégio Pedro II<br />

Referências: http://www.habittat.com.br/<br />

ACELERE A CICLAGEM DO SEU AQUÁRIO COM<br />

SEACHEM STABILITY 500ML<br />

VOCÊ ENCONTRA EM WWW.MEUSPEIXES.COM


www.meuspeixes.com


PEIXE EM DESTAQUE<br />

BOCA DE JACARÉ<br />

(Lepisosteus sp.)<br />

Diego Ferreira da Mota<br />

Lepisosteus e Atractosteus, também chamados de Peixe Agulha, Boca de Jacaré<br />

ou Gar, são geralmente encontrados na América Central e do Norte, são peixes primitivos<br />

e predadores. A família Lepisoteidae é composta por dois gêneros, são eles Lepisosteus e<br />

Atractosteus.<br />

Atractosteus, são os Gars mais parecidos com jacaré, por ter sua boca mais larga e<br />

serem maiores e mais largos que os Lepisosteus. O Atractosteus spatula disputa a<br />

colocação do maior peixe de água doce do mundo, perde somente para o Pirarucu.<br />

Existem somente três variedades de Atractosteus. Lepisosteus, são os menores, tendo o<br />

bico e o corpo mais fino. O menor Lepisosteus é o Lepisosteus platostomus que costuma<br />

ficar com 60cm em aquários mas podendo alcançar até 90cm em alguns casos.<br />

Os Gars são peixes pacíficos, porém são ótimos predadores de emboscada,<br />

comem tudo que couber em sua boca. Na natureza costumam se alimentar de pequenos<br />

peixes. Como os membros da família Anabantidaerespiram o ar atmosférico, por isso são<br />

menos afetados pela amônia, podendo agüentar águas relativamente poluídas.<br />

Não toleram bem medicamentos, e em casos de doenças devem ser tratados com<br />

sal, elevação de temperatura e trocas de águas.


O pH ideal é alcalino, mas os Gars podem viver em água doce ou salgada, muitos<br />

criadores estadunidenses de Gars costumam deixar a água do aquário levemente salgada<br />

pelo menos uma dia ao ano para livrar o peixe de parasitas e outras doenças.<br />

Para se criar um Gar num aquário, é recomendado grandes tanques com pelo<br />

menos 160x75x50cm para Lepisosteus como os L. platostomus, L. oculatus e o L.<br />

platyrhincus (foto).<br />

Evite colocá-los com grandes bagres como as Pirarara (Phractocephalus<br />

hemioliopterus), podem mesmo depois de grande serem comidos se couberem em sua<br />

boca, ótimos companheiros são os peixes pacíficos e predadores como outros Gars,<br />

Aruanãs, Polypterus, Piramboias, Pangássius, Facas entre outros.<br />

Gars crescem mais rápidos até atingirem o platô, com 25-30cm. Antes de<br />

atingirem o platô geralmente com 25cm, eles são muito frágeis, podendo se ferir quando<br />

se assustam.<br />

Para que eles alcancem os 25cm rapidamente devemos oferecer bastante espaço<br />

e uma alimentação variada, incluindo alimento vivo. Ao alcançar o suposto platô,<br />

podemos acostumá-lo a comer rações, pequenos peixes, carne branca e vermelha etc.<br />

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Obs. A colaboração é voluntária


SAIA DE FÉRIAS SOSSEGADO!!!<br />

A CERTEZA DE PEIXES BEM<br />

ALIMENTADOS!


DOCTOR FISH<br />

Falando de doenças<br />

Marcelo Jodar<br />

Oodinium<br />

Também conhecido como ictio-veludo, doença da poeira dourada e doença da<br />

ferrugem é causada pelo protozoário Oodinium limnectium, com varias espécies como O.<br />

Occelatum (aquário marinhos), O. Pillularis (aquario de água doce) e O. Vastator.<br />

Ataca quase todas as espécies de peixes e é contagiosa resultando em perda total<br />

por obstrução branquial e lesões da pele.<br />

Sinais: Inicia-se por pontos brancos, em seguida aparecem lesões na pele dando<br />

um aspecto de poeira dourada ou de veludo.<br />

animal.<br />

Ataca também nadadeiras e brânquias. Nota-se emagrecimento e excitação do<br />

Tratamento: Isolar em aquário hospital, escuro pois o protozoário morre no<br />

escuro. Colocar uma colher de sal grosso pra cada 10 litros. Aplicar FOUR IN ONE CURE,<br />

uma gota por litro a cada 48h trocando 50% da água e repondo o sal proporcionalmente.<br />

Referências: http://www.wikimarino.com


O coração de seu aquário é o<br />

sistema de filtragem, por isso<br />

escolha o melhor


TÉCNICA<br />

Algas Petecas ou Black Brush, BBA<br />

Vamos abordar um tema de grande interesse dos aquaristas, principalmente dos<br />

adeptos dos aquários plantados: AS TÃO INDESEJADAS ALGAS PETECA!<br />

Epifíticas pertencentes aos gêneros Audouinella e Compsopogon (classe<br />

Rhodophyceae)<br />

As algas são sempre uma frequente dor de cabeça para todos aquaristas, grande<br />

motivadora de desistência ao hobby para os iniciantes, mas para cada alga existe um<br />

motivo e uma forma eficiente de combate.<br />

Característica: Encontradas no início em folhas, pedras, troncos e equipamentos<br />

em um nível mais crítico podendo ser encontrada nos vidros e áreas de escoamento do<br />

aquário.<br />

A alga é muito resistente e cresce em pequenas moitas ou tufos com uma<br />

coloração escura, chega aproximadamente 0,5 centímetros. São epifíticas pertencentes<br />

aos gêneros Audouinella e Compsopogon (classe Rhodophyceae) tipicamente encontrados<br />

em ambientes aquáticos com moderada corrente, alta transparência e oxigenação,<br />

ausência de poluição, pH ligeiramente 6 a 9 e em condições de luminosidade clara à<br />

moderada.


Remoção: Deve inicialmente exercer uma poda considerável nas plantas afetadas<br />

e uma retirada manual de troncos, pedras e demais partes, faça uma tapa retirando todas<br />

as algas flutuando no aquário.<br />

Aquários com iluminação e injeção de CO2, devem aumentar lentamente o CO2<br />

para 30ppm. Lembre-se: Sempre observar os peixes, se observado a respiração ofegante<br />

dos mesmos realizar TPA e diminuir injeção de CO2.<br />

Introdução de comedores de algas irá ajudar, especialmente comedor de algas<br />

siameses conhecidos por comer algas petecas/ Black Brush.<br />

Essas algas podem ser combatidas com Flourish Excel, leia a bula para aplicação.<br />

Algumas plantas são sensíveis a aplicação dessa química que literalmente derrete com a<br />

aplicação direta.<br />

Outro aliado na batalha contra essas algas são os Filtros UV exterminado ou<br />

retardando a ploriferação. Por serem algas que dependem da movimentação da água para<br />

realizar as trocas gasosas, uma boa dica é diminuir ao máximo a movimentação de água no<br />

aquário enquanto estiver em tratamento.<br />

Referências: The Planted Tank, FAAO Aquascaping, Aquaonline.com.br<br />

VISITE A SEÇÃO DE AQUÁRIO PLANTADO DA<br />

MEUSPEIXES.COM


ESPECIAL<br />

A “doença do disco louco”:<br />

REALIDADE OU MITO?<br />

Marcelo Jodar<br />

Por todo o mundo, onde quer que exista um aquarista criando discos (S. discus sp.)<br />

ouvimos relatos de mortes dramáticas de inúmeros exemplares ou<br />

mesmo de uma criação inteira desse lindo peixe, acometidos por<br />

sintomas comuns em todos os casos descritos.<br />

No início o aquarista nota seu disco dando “disparadas” pelo<br />

aquário como se levasse um susto. Os menos experientes não<br />

percebem que esse é o primeiro sintoma de uma tragédia<br />

que está para se abater sobre o aquário!<br />

Tais “espasmos” tornam-se cada vez mais freqüentes e nos<br />

estágios finais o animal começa a girar sobre um eixo<br />

imaginário ao redor de seu próprio corpo. Os ferimentos<br />

causados por esses “ataques” causam danos muito sérios ao peixe<br />

que acaba morrendo em virtude deles, e da própria doença.<br />

Tais sintomas e comportamento geralmente estão associados a parasitas internos<br />

que atacam o sistema nervoso central. Muitos autores e criadores atribuem tal doença a<br />

um parasita específico, o Myxobolus cerebralis, responsável pela Myxosomiose, que seria<br />

a doença em questão.<br />

Contudo, como nada é exato no aquarismo, outros autores e pesquisadores<br />

afirmam que tal parasita não ocorre em acarás discos e somente em salmões e trutas. Na<br />

verdade dizer que não ocorrem é diferente de se dizer que não foi detectado, porém resta<br />

a dúvida em saber se os peixes que apresentaram tais sintomas foram investigados.<br />

Outros pesquisadores ainda apontam como causas de tais sintomas a acidose, que<br />

realmente é causa de espasmos, disparadas e rodopios e ainda a “Brown Blood Disease”<br />

ou a doença do envenenamento do sangue por nitritos. Apesar de que os sintomas desta<br />

última não são muito relacionados aos da doença do disco louco.<br />

E o que dizer quando o ph está controlado de forma a não ser suficiente para<br />

provocar a acidose, ou os níveis de amônia e nitritos são zerados ou muito próximo disso?<br />

Como explicar nestes casos os discos apresentando tais sintomas?<br />

Como falamos anteriormente, nada no aquarismo ou na ciência é absoluto ou<br />

uma verdade é pétrea ou eterna. Basta uma nova pesquisa, um novo questionamento,


uma nova abordagem ou um novo caso para colocar uma teoria em dúvida ou sob<br />

necessidade de maiores estudos.<br />

A nós é o que parece o caso da nefasta “Doença do Disco Louco” ou “Gira-Gira”.<br />

Um tema que precisa ser estudado, debatido, pesquisado a fundo e mais que isso, é<br />

necessário que criadores, pesquisadores, aquaristas se unam e compartilhem experiências,<br />

conhecimentos e teorias a fim de que se chegue a um tratamento realmente eficaz.<br />

Vários criadores aprenderam a tratar tais sintomas conforme seus métodos ou de<br />

outros criadores, outros no entanto desistiram do hobby por não conseguirem encontrar<br />

uma solução e viram seus plantéis serem dizimados por essa doença. O fato é que seja por<br />

qual razão for, ela continuará acometendo peixes ao redor do mundo e muito poucos<br />

sobreviverão a ela.<br />

O importante é que não se pare de pesquisar e ouvir novas teorias e tentar novos<br />

tratamentos, pois acreditar em uma só verdade pode ser o maior erro que podemos<br />

cometer em qualquer coisa na vida e sobretudo no aquarismo.<br />

Recentemente obtivemos sucesso no tratamento e cura da doença em 100% dos<br />

casos adotando o seguinte procedimento:<br />

Ao detectar os sintomas, isole imediatamente o peixe em um aquário com 100<br />

litros de água, pH em 6,8, temperatura em 32 graus, sem iluminação. Adicione 300 gramas<br />

de sal grosso e 200 mg de permanganato de potássio. Juntamente com tudo isso coloque<br />

30ml do vermífugo Worm Destroyer. Os sintomas deverão desaparecer já em poucas<br />

horas.<br />

Após 24 horas faça TPA de 50% e adicione nova dosagem do Worm Destroyer. Se<br />

o peixe estiver machucado ou ferido por se debater coloque o bactericida Bacter-Free<br />

diariamente conforme a bula do fabricante. Repita as TPAs e novas dosagens de Worm<br />

Destroyer por 3 dias consecutivos. Após, deixe o peixe em observação por 7 dias, tratando<br />

os possíveis ferimentos e oferecendo alimento de boa qualidade. Para recuperá-lo rápido<br />

pingue na água a cada 48 horas Vitaplus discus (1 gota pra cada 5 litros.)<br />

Nunca mais perdemos um peixe depois de adotar os procedimentos acima<br />

descritos, vale a pena tentar!


NUTRIÇÃO<br />

O texto a seguir é parte de um artigo escrito pelo Médico veterinário Rodrigo G. Mabília<br />

PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS<br />

As proteínas são compostos orgânicos formados por diversos aminoácidos.<br />

Existem diferentes tipos de proteínas caracterizadas pela proporção e posição dos<br />

aminoácidos que as compõem. Sendo assim os aminoácidos são os componentes<br />

estruturais básicos de qualquer proteína. Uma proteína sempre conterá na sua<br />

composição carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, entretanto algumas vezes poderá<br />

conter enxofre, fósforo e ferro.<br />

Os peixes possuem proteínas dispostas em uma grande variedade de tecidos tais<br />

como: ossos, pele, órgãos, musculatura, etc. A proteína corporal está constantemente<br />

sendo resposta por dois processos: anabolismo e catabolismo.<br />

Anabolismo: refere-se a síntese de proteína no organismo.<br />

Catabolismo: refere-se a quebra da proteína no organismo.<br />

O METABOLISMO DAS PROTEÍNAS O metabolismo das proteínas nos peixes é<br />

semelhante aos animais terrestres onde basicamente são hidrolisadas a aminoácidos e<br />

estes posteriormente são aproveitados pelo organismo. Na primeira etapa os<br />

grupamentos amino são removidos dos aminoácidos através da transaminação do alfacetoglutarato<br />

em gutamato. O glutamato é o único aminoácido com a capacidade de<br />

perder seu grupamento amino através da desaminação promovida pela enzima glutamato<br />

desidrogenase, resultando na liberação da amônia.<br />

A partir deste momento surge uma diferença básica: nos animais terrestres a<br />

amônia é transportada ao fígado e entra no ciclo da uréia que é o principal produto da<br />

excreção nitrogenada; na grande maioria dos peixes a amônia é transportada como<br />

glutamina até as brânquias e convertida a glutamato e amônia pela enzima glutaminase.<br />

Esta amônia finalmente é eliminada por difusão para a água do meio ambiente.<br />

É importante salientar que os peixes de uma maneira geral alimentam-se para<br />

atender seus requerimentos de energia. Por esta razão o balanceamento entre os níveis de<br />

proteína e energia durante a formulação de dietas para peixes é muito relevante sob o<br />

ponto de vista nutricional e econômico. Os peixes possuem baixo requerimento energético<br />

e alto requerimento protéico o que agrega um elevado custo das rações comerciais.<br />

Rações ricas em energia causam restrição alimentar nos peixes e muito provável<br />

estes não satisfarão seus requerimentos protéicos acarretando numa queda na taxa de<br />

crescimento.<br />

Em relação aos aminoácidos existem um grupo de 10 aminoácidos que não podem<br />

ser sintetizados por vertebrados e inclusive os peixes. Estes aminoácidos que não são<br />

sintetizados pelos peixes são denominados de aminoácidos essenciais. Desta maneira são<br />

de grande relevância sob o ponto de vista da nutrição animal, pois devem ser<br />

suplementados na dieta. Os aminoácidos essenciais são: a arginina, histidina, lisina,<br />

isoleucina, leucina, metionina, fenilalanina, triptofano, valina e treonina.


Existem uma série de outros aminoácidos que os peixes podem sintetizar em seu<br />

organismo. São denominados tecnicamente de aminoácidos não essenciais. São<br />

considerados não essenciais porque não precisam ser acrescentados na dieta<br />

obrigatoriamente. Os aminoácidos não essenciais são: a alanina, aspargina, ácido<br />

aspártico, cisteína, cistina, ácido glutâmico, glutamina, glicina, hidroxiprolina, prolina,<br />

serina e tirosina.<br />

O incremento de aminoácidos essenciais na ração procedem de duas formas:<br />

sintetizados e adicionados um a um na ração, ou através de uma fonte protéica especifica<br />

(farinha de peixe, farelo de soja, etc...). Estes cuidados na formulação representam um<br />

incremento adicional no custo de uma ração para peixes. Seria uma negligencia formular<br />

uma ração coma falta de um destes aminoácidos essenciais. Quando um aminoácido<br />

essencial está deficiente em uma dieta, este é considerado um aminoácido limitante,<br />

porque limita a síntese protéica nos diferentes tecidos. Assim se estabelece uma<br />

deficiência nutricional.<br />

O correto balanceamento dos aminoácidos de uma ração é importantíssimo,<br />

porque quando há desbalanceamento não ocorre um aproveitamento total da proteína da<br />

dieta e maior será a excreção de proteína pelas fezes e amônia na urina e brânquias.<br />

Com estas considerações podemos compreender a importância da qualidade das<br />

proteínas na nutrição de peixes. É muito importante colocar aos prezados leitores que a<br />

qualidade da proteína é muitas vezes mais relevante que a própria quantidade deste<br />

nutriente numa ração.<br />

Anotem esta frase para quebrar um paradigma estabelecido por uma prática de<br />

marketing muito baixa:<br />

UMA RAÇÃO NEM SEMPRE É MELHOR DO QUE A OUTRA POR CONTER UMA QUANTIDADE<br />

MAIOR DE PROTEÍNA.<br />

Algumas marcas apelam ao consumidor iludindo que o fato de sua ração conter<br />

X% de proteína a mais que seu concorrente é melhor.<br />

Lamentável esta pura falta de conhecimento de quem oferece palestras<br />

fundamentadas nesta teoria. Se vocês prezados aquaristas ouvirem uma barbaridade<br />

deste tipo não poupem esforços em suas críticas.<br />

Uma dieta hiperproteica , ao contrário pode causar danos a saúde de algumas<br />

espécies de peixes de acordo com o seu hábito alimentar e fase de vida.<br />

Altas taxas de proteína (proteína de boa qualidade obviamente) são<br />

importantíssimas para peixes jovens e espécies de hábito alimentar carnívoro e onívoro<br />

com uma certa tendência a carnívoros.<br />

Referencias: Rodrigo G. Mabilia<br />

Médico Veterinário, Msc. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


E chegamos ao final desta primeira edição da nossa revista digital.<br />

Sabemos que falta muito para se tornar um material como idealizamos,<br />

porém precisamos de sua colaboração para que isso se realize.<br />

Este espaço é de todos os aquaristas e contamos com todos vocês<br />

para a publicação do próximo número. Escrevam, mandem material,<br />

critiquem, dêem sugestões do que gostariam de ler na próxima revista, pois<br />

assim poderemos publicar o que realmente os aquaristas desejam ler!<br />

Neste final de edição queremos deixar nossos agradecimentos a todos<br />

os que colaboraram de alguma forma para a realização deste sonho e<br />

sobretudo aos amigos que escreveram ou permitiram a publicação de seus<br />

trabalhos aqui como o Professor Marcos Mataratzis, Diego Ferreira da Mota,<br />

o portal Aquaonline, Aqua A3, Habittat.com, Takashi Amano, Rodrigo G.<br />

Mabília, Tomasz Dorón, Alex Kawasaki, wikimarino.com e as marcas TETRA,<br />

TROPICAL, ISTA, JBL, PRODAC, ATM e SEACHEM<br />

Agradecemos também aos amigos desta longa jornada que<br />

certamente esqueceremos de citar alguns mas tentaremos não cometer<br />

injustiças lembrando Ilberto Antonio Calado, Sérgio Polônia, Alexandre<br />

Vianna, Fábio Hernandes, Samuel Aragão, Fábio Martins, Renato Seerig,<br />

Pedro Souza, Fernando Colombo, Isaías Lima e Alex Aguiar que de uma forma<br />

ou de outra fazem parte deste projeto.<br />

Até a próxima!

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