Revista Cleto Fontoura | 8º Edição

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11.03.2016 Views

JOVEM DE Com uma trajetória fortalecida pela pesquisa e profissionalismo, o jovem pesquisador e professor Lucas Mendes Scarpin é a tradução da nova geração de engenheiros mecânicos atenta às demandas das investigações científicas e das realidades da área no Brasil Por Tarcisio D’Almeida Com uma trajetória de sucesso, o jovem araçatubense Lucas Mendes Scarpin, 25 anos, é um mix de pesquisador-docente e profissional precoce. Esforçado, realizou simultaneamente o Curso Técnico de Mecânico Automobilístico do Senai - Escola Duque de Caxias e o curso colegial (hoje ensino médio) no Colégio Anglo, ambos em Araçatuba (SP). No ano de 2012, com um semestre de antecedência do período normal de conclusão, finalizou seu curso de graduação em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (FEIS-Unesp), quando recebeu o Prêmio de Melhor Aluno em Engenharia Mecânica da instituição, premiação concedida em parceria com o CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Instituto de Engenharia e Prefeitura de Ilha Solteira. Ainda durante o curso de graduação, realizou pesquisas sob a orientação do Prof. Dr. Ricardo Alan Verdú Ramos, que o supervisionou em seus projetos, com bolsa de iniciação científica do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Fez também mestrado e, atualmente, cursa doutorado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da mesma universidade. Em abril de 2014, defendeu a dissertação de mestrado “Montagem de uma bancada dinamométrica e avaliação preliminar do desempenho de um motor operando com misturas Diesel-Biodiesel”. A verve de jovem pesquisador continua como um dos

SUCESSO destaques na trajetória de Scarpin. No mesmo ano de conclusão do mestrado, iniciou seus estudos de doutorado em Engenharia Mecânica, na área de Ciências Térmicas. A entrada no doutorado propiciou o convite para lecionar e coordenar o curso de graduação em Engenharia Mecânica do UniToledo (Centro Universitário Toledo), em Araçatuba (SP). A complexidade de sua especialidade requer conhecimentos complementares. Por isso, Scarpin percebeu que precisaria estudar línguas estrangeiras. Atualmente, tem proficiência plena em inglês e alemão, que colaboram nos estudos atualizados das produções científicas sobre as áreas experimentais (motor de ignição por compressão); projeto (veículo movido a biodiesel); e numérica (simulação de sistemas térmicos e de potência). Desde 2009, integra o Nuplen (Núcleo de Planejamento Energético, Geração e Cogeração de Energia), da Unesp. A seguir, leia entrevista exclusiva com Scarpin: Revista CF: Sua formação acadêmica (bacharelado, mestrado e agora doutorado) é de destaque para um jovem com sua idade. A que você atribui isso? Lucas Mendes Scarpin: Além de esforço próprio, atribuo especialmente à minha família, por sempre estar ao meu lado. Revista CF: Você se considera um gênio? Na sua visão, qual a diferença entr e ‘ser talentoso’, ‘ser um gênio’, ‘ser criativo’ e ‘ser competente’? Scarpin: Não! Creio que ‘gênio’ é aquele que tem um talento extraordinário, capaz de impactar e influenciar, positivamente, toda uma sociedade. Com relação à competência e criatividade, acredito que são diferenciais que todo profissional ‘bem-sucedido’ apresenta. Revista CF: Por que você escolheu Engenharia Mecânica? Scarpin: Quando criança, eu desmontava os brinquedos para saber o que tinha dentro e como funcionavam e, à medida que fui crescendo, comecei a sonhar em trabalhar no projeto de carros e aviões. Por isso, escolhi a Engenharia Mecânica, que é fascinante. De maneira geral, a engenharia é responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias e suas consequências. Revista CF: Quais as contribuições da Engenharia Mecânica para as sociedades contemporâneas? Scarpin: Acredito que a Engenharia Mecânica, em conjunto com as demais engenharias, está diretamente ligada ao desenvolvimento da sociedade, podendo gerar melhor qualidade e maior expectativa de vida à população. Revista CF: Explique um pouco como se desenvolve a Engenharia Mecânica no mundo e no Brasil. Há políticas de financiamento suficientes por parte dos setores educacional e governamental brasileiros? Scarpin: A Engenharia Mecânica, assim como as demais, está atrelada ao setor tecnológico e, portanto, se encontra em constante variação e expansão. No País, sempre existiu certo nível de investimento para pesquisa, tanto na área acadêmica quanto industrial, porém, com a crise atual, tem-se uma desaceleração de todos os setores da economia, inclusive o tecnológico. Países desenvolvidos, que possuem governos sérios e comprometidos, recebem muito mais atenção e investimento tanto para pesquisa quanto para os demais campos. Revista CF: Seus estudos e pesquisas são voltados para a área das Ciências Exatas, mas como pesquisador você também se preocupa com questões humanitárias, ambientais e sustentáveis? Scarpin: Sim! Uma das linhas de pesquisa em que trabalho é a de bioenergia, que está diretamente ligada aos três tópicos apontados. Adicionalmente, creio que todo engenheiro precisa dar muita importância para essas questões, pois é o nosso futuro que está em jogo. Revista CF: Você acredita na pesquisa científica no Brasil ou vê necessidade de sair do País? Scarpin: Sim, desde a minha graduação venho desenvolvendo pesquisa no Brasil. Atualmente, como coordenador do curso de Engenharia Mecânica do UniToledo, incentivo tanto os alunos quanto os professores para o desenvolvimento de projetos de iniciação científica. Revista CF: O que o impulsiona em sua carreira? Motivação financeira, realização pessoal-profissional, ou paixão por pesquisa e pelo desenvolvimento de um futuro melhor para as pessoas? Scarpin: O que me impulsiona é saber que trabalho naquilo que gosto e que sempre batalhei para alcançar. Por isso, sucesso profissional e dinheiro podem ocorrer em consequência disso. Revista CF: Como você se vê a médio e longo prazos? Quais projetos tem em mente? Scarpin: Com relação aos estudos, me vejo terminando o doutorado e, consequentemente, almejando um pós-doutorado. Na atuação profissional, desejo continuar como professor e coordenador do curso de Engenharia Mecânica do UniToledo, o que me proporciona um constante crescimento pessoal e profissional.

SUCESSO<br />

destaques na trajetória de Scarpin. No mesmo ano de conclusão<br />

do mestrado, iniciou seus estudos de doutorado em<br />

Engenharia Mecânica, na área de Ciências Térmicas.<br />

A entrada no doutorado propiciou o convite para<br />

lecionar e coordenar o curso de graduação em Engenharia<br />

Mecânica do UniToledo (Centro Universitário Toledo),<br />

em Araçatuba (SP).<br />

A complexidade de sua especialidade requer conhecimentos<br />

complementares. Por isso, Scarpin percebeu<br />

que precisaria estudar línguas estrangeiras. Atualmente,<br />

tem proficiência plena em inglês e alemão, que colaboram<br />

nos estudos atualizados das produções científicas<br />

sobre as áreas experimentais (motor de ignição por compressão);<br />

projeto (veículo movido a biodiesel); e numérica<br />

(simulação de sistemas térmicos e de potência).<br />

Desde 2009, integra o Nuplen (Núcleo de Planejamento<br />

Energético, Geração e Cogeração de Energia),<br />

da Unesp. A seguir, leia entrevista exclusiva com Scarpin:<br />

<strong>Revista</strong> CF: Sua formação acadêmica (bacharelado,<br />

mestrado e agora doutorado) é de destaque para um<br />

jovem com sua idade. A que você atribui isso?<br />

Lucas Mendes Scarpin: Além de esforço próprio,<br />

atribuo especialmente à minha família, por sempre estar<br />

ao meu lado.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Você se considera um gênio? Na sua<br />

visão, qual a diferença entr e ‘ser talentoso’, ‘ser um gênio’,<br />

‘ser criativo’ e ‘ser competente’?<br />

Scarpin: Não! Creio que ‘gênio’ é aquele que tem<br />

um talento extraordinário, capaz de impactar e influenciar,<br />

positivamente, toda uma sociedade. Com relação à<br />

competência e criatividade, acredito que são diferenciais<br />

que todo profissional ‘bem-sucedido’ apresenta.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Por que você escolheu Engenharia Mecânica?<br />

Scarpin: Quando criança, eu desmontava os brinquedos<br />

para saber o que tinha dentro e como funcionavam<br />

e, à medida que fui crescendo, comecei a sonhar em<br />

trabalhar no projeto de carros e aviões. Por isso, escolhi<br />

a Engenharia Mecânica, que é fascinante. De maneira<br />

geral, a engenharia é responsável pelo desenvolvimento<br />

de novas tecnologias e suas consequências.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Quais as contribuições da Engenharia<br />

Mecânica para as sociedades contemporâneas?<br />

Scarpin: Acredito que a Engenharia Mecânica, em<br />

conjunto com as demais engenharias, está diretamente ligada<br />

ao desenvolvimento da sociedade, podendo gerar<br />

melhor qualidade e maior expectativa de vida à população.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Explique um pouco como se desenvolve<br />

a Engenharia Mecânica no mundo e no Brasil. Há políticas<br />

de financiamento suficientes por parte dos setores educacional<br />

e governamental brasileiros?<br />

Scarpin: A Engenharia Mecânica, assim como as<br />

demais, está atrelada ao setor tecnológico e, portanto,<br />

se encontra em constante variação e expansão. No<br />

País, sempre existiu certo nível de investimento para<br />

pesquisa, tanto na área acadêmica quanto industrial,<br />

porém, com a crise atual, tem-se uma desaceleração<br />

de todos os setores da economia, inclusive o tecnológico.<br />

Países desenvolvidos, que possuem governos<br />

sérios e comprometidos, recebem muito mais atenção<br />

e investimento tanto para pesquisa quanto para os demais<br />

campos.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Seus estudos e pesquisas são voltados<br />

para a área das Ciências Exatas, mas como pesquisador<br />

você também se preocupa com questões humanitárias,<br />

ambientais e sustentáveis?<br />

Scarpin: Sim! Uma das linhas de pesquisa em que<br />

trabalho é a de bioenergia, que está diretamente ligada<br />

aos três tópicos apontados. Adicionalmente, creio que todo<br />

engenheiro precisa dar muita importância para essas questões,<br />

pois é o nosso futuro que está em jogo.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Você acredita na pesquisa científica no<br />

Brasil ou vê necessidade de sair do País?<br />

Scarpin: Sim, desde a minha graduação venho desenvolvendo<br />

pesquisa no Brasil. Atualmente, como coordenador<br />

do curso de Engenharia Mecânica do UniToledo,<br />

incentivo tanto os alunos quanto os professores para<br />

o desenvolvimento de projetos de iniciação científica.<br />

<strong>Revista</strong> CF: O que o impulsiona em sua carreira?<br />

Motivação financeira, realização pessoal-profissional, ou<br />

paixão por pesquisa e pelo desenvolvimento de um futuro<br />

melhor para as pessoas?<br />

Scarpin: O que me impulsiona é saber que trabalho<br />

naquilo que gosto e que sempre batalhei para alcançar.<br />

Por isso, sucesso profissional e dinheiro podem ocorrer em<br />

consequência disso.<br />

<strong>Revista</strong> CF: Como você se vê a médio e longo prazos?<br />

Quais projetos tem em mente?<br />

Scarpin: Com relação aos estudos, me vejo terminando<br />

o doutorado e, consequentemente, almejando um<br />

pós-doutorado. Na atuação profissional, desejo continuar<br />

como professor e coordenador do curso de Engenharia<br />

Mecânica do UniToledo, o que me proporciona um constante<br />

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