PETRÓLEO E ESTADO
1RZuvmj
1RZuvmj
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
98 Petróleo e Estado<br />
CAPÍTULO 9<br />
O <strong>PETRÓLEO</strong><br />
É NOSSO!<br />
Desenvolvimento econômico em debate<br />
O processo de redemocratização decorrente<br />
da deposição de Vargas, em 1945, propiciou<br />
a ampliação do debate sobre o desenvolvimento<br />
econômico brasileiro. No cenário internacional,<br />
o fim da Segunda Guerra Mundial<br />
anunciava o fim das restrições econômicas<br />
impostas pelo conflito, a normalização do<br />
mercado e a retomada do fluxo de investimentos.<br />
Esse contexto desencadeou no Brasil<br />
uma série de questões cruciais:<br />
<br />
Qual seria o papel da iniciativa privada, nacional<br />
e estrangeira, e o da iniciativa estatal<br />
no quadro das transformações estruturais<br />
que deveriam ser introduzidas no sistema<br />
produtivo?<br />
<br />
Quais seriam os mecanismos e instrumentos<br />
de ação governamental capazes de imprimir o<br />
ritmo de crescimento necessário à economia?<br />
De um lado, os partidários da industrialização<br />
acelerada defendiam a intervenção do Estado na<br />
economia, nos setores em que o capital privado,<br />
por falta de recursos ou de tecnologia, não tivesse<br />
condições de atuar. No interior dessa corrente<br />
desenvolvimentista coexistiam algumas facções<br />
hostis e outras favoráveis ao capital estrangeiro.<br />
Em seu conjunto, ela defendia que o estágio da<br />
industrialização pesada deveria ser atingido com<br />
as empresas públicas liderando o setor de bens<br />
de produção. Por outro lado, os adeptos dos princípios<br />
do liberalismo econômico proclamavam a<br />
vocação essencialmente agrícola do Brasil e eram<br />
contrários à participação do Estado no desenvolvimento<br />
da indústria nacional, mostrando-se<br />
favoráveis à entrada no País de capitais estrangeiros<br />
interessados em investir nesse setor. 163<br />
Eleito em dezembro de 1945 e empossado na<br />
Presidência da República em 31 de janeiro de<br />
O debate sobre o<br />
papel do Estado e<br />
do capital privado<br />
nacional e estrangeiro<br />
prosseguiu durante<br />
todo o governo Dutra<br />
1946, Eurico Gaspar Dutra confirmou para o<br />
CNP o nome de Barreto, que tinha sido mantido<br />
no cargo pelo presidente interino José Linhares.<br />
O debate sobre o papel do Estado, da iniciativa<br />
privada nacional e da iniciativa privada estrangeira<br />
no setor do petróleo prosseguiu durante<br />
todo o mandato presidencial de Dutra (1946-<br />
1951), mobilizando parcela significativa da opinião<br />
pública nacional.<br />
163. MEMÓRIA da eletricidade, 1988, p. 115