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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 8 - Nacionalismo questionado 93<br />

Arquivo Shell<br />

aos Estados Unidos novas encomendas de equipamentos<br />

de sondagem e de transporte, no valor de<br />

600 mil dólares, entregues em 1945.<br />

No Recôncavo Baiano, única área produtora do<br />

País, os resultados eram bastante modestos.<br />

Além do campo de Lobato, que se havia revelado<br />

não comercial, mais três campos estavam<br />

em operação: Aratu, Candeias e Itaparica. Em<br />

1944, teve início a exploração de mais um campo,<br />

o de Dom João.<br />

Nas operações de prospecção e produção, 15<br />

poços de exploração foram completados em<br />

1944, sendo quatro de petróleo, cinco de gás<br />

natural e seis secos. A capacidade potencial<br />

de produção, em todos os campos, era de 566<br />

barris/dia, e a produção efetiva anual de petróleo<br />

bruto foi de 57.533 barris. Em 1945, foram<br />

completados 13 poços de exploração, todos em<br />

Candeias e Itaparica, com uma produção efetiva<br />

anual de 79.330 barris de petróleo bruto.<br />

A capacidade potencial de produção diária de<br />

petróleo, em todos os campos, foi de 2 mil barris.<br />

Esses dados estimularam o CNP a proceder<br />

a estudos preliminares para a instalação de uma<br />

refinaria na Bahia, com capacidade de 2.500<br />

barris diários. 155<br />

O consumo de derivados apresentava acelerado<br />

crescimento no Brasil, chegando a 34 mil<br />

barris por dia em 1945. O desenvolvimento<br />

do comércio deixava claro que o País iria depender,<br />

em escala cada vez maior, de rodovias<br />

para integrar e expandir sua economia. Mais<br />

do que nunca era urgente a definição de uma<br />

política governamental que incentivasse a ampliação<br />

da capacidade nacional de refino, até<br />

então limitada a refinarias privadas de modestas<br />

dimensões.<br />

Em meio a essa conjuntura extremamente desfavorável,<br />

o chefe da Divisão Econômica do CNP<br />

em 1944, coronel Milton de Lima Araújo, começou<br />

a desenvolver “um estudo de viabilidade<br />

econômico-financeira para construção de uma<br />

refinaria de 10 mil barris/dia no Pará, utilizando<br />

petróleo importado da Venezuela”. Esse estudo<br />

serviria de base também para “a abertura de<br />

A falta de infraestrutura logística de distribuição afetava especialmente o interior do país. Na imagem,<br />

homem carrega latas de óleo e lubrificante na garupa de uma mula, em 1948<br />

concorrência para concessões privadas na área<br />

do refino e a construção de uma refinaria para<br />

industrializar o petróleo baiano”. 156 Outra iniciativa<br />

do coronel Araújo foi entrar em contato com<br />

o empresário João Pedro Gouvêa Vieira, da Refinaria<br />

Ipiranga, ao findar a Segunda Guerra Mundial,<br />

no intuito de verificar se ele teria interesse<br />

em instalar mais uma refinaria, com as mesmas<br />

dimensões da que estava prevista para o Pará. O<br />

empresário reagiu positivamente e o assunto foi<br />

encaminhado a João Carlos Barreto, para depois<br />

ser levado ao presidente Vargas.<br />

155. CONSELHO NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong> (Brasil). Relatório de 1944; Relatório de 1945.<br />

156. DIAS; QUAGLINO, 1993, p. 67.

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