PETRÓLEO E ESTADO
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70 Petróleo e Estado<br />
CAPÍTULO 5<br />
A DESCOBERTA EM LOBATO<br />
Finalmente jorrou petróleo!<br />
Estadão Conteúdo<br />
O jornal O Estado de S. Paulo destacou a descoberta de petróleo na Bahia em sua capa de 25 de janeiro de 1939<br />
grama exploratório destinado à comprovação<br />
da capacidade comercial do poço de Lobato. A<br />
médio prazo, eles já anteviam também a criação<br />
de uma companhia destinada exclusivamente à<br />
exploração do petróleo no Recôncavo Baiano.<br />
Formado em 1938 com capitais de Guinle e da<br />
empresa paulista Murray-Simonsen, o empreendimento<br />
de Oscar Cordeiro contratou, de<br />
imediato, o norte-americano J.E. Brantley, da<br />
empresa Drilling Exploration Company. 114<br />
O fato de se priorizar o refino não descartava a<br />
pesquisa. Mas as dificuldades eram muitas, como<br />
apontou o engenheiro geofísico Irnack Carvalho<br />
do Amaral, em exposição sobre as condições encontradas<br />
pelo CNP ao iniciar suas atividades.<br />
Como engenheiro-chefe da equipe de prospecção<br />
da Divisão de Fomento da Produção Mineral<br />
do DNPM, ele conhecia de longa data o problema<br />
da escassez de recursos, que limitava as ações do<br />
órgão e a formação de seus técnicos dentro do<br />
padrão desejado. O CNP era herdeiro das funções<br />
exercidas pelo DNPM e também dos problemas<br />
enfrentados pelos órgãos públicos, o que, no<br />
caso, se tornava mais grave em função do seu relacionamento<br />
delicado com o DASP.<br />
Os acontecimentos que promoveriam novo impulso<br />
ao setor, no entanto, haviam começado<br />
a se delinear um pouco antes da criação do<br />
CNP. Ainda em 1936 foi realizado um primeiro<br />
levantamento mais rigoroso na Bahia (embora<br />
ainda precário), reunindo o químico Sílvio Fróes<br />
Abreu, Irnack Carvalho do Amaral e o geólogo<br />
Glycon de Paiva Teixeira, também funcionário<br />
do DNPM. Impressionados com as amostras de<br />
petróleo fornecidas pelo empresário Oscar Cordeiro,<br />
e tendo conseguido o financiamento do<br />
banqueiro carioca Guilherme Guinle, o grupo<br />
licenciou-se de suas funções públicas e viajou<br />
para aquele estado. Esta viagem de estudos<br />
teve como resultado a elaboração de um pro-<br />
Em fins de 1937, a insistência de Glycon de<br />
Paiva e de Irnack do Amaral junto à direção<br />
do DNPM começou a surtir algum efeito. Eles<br />
argumentavam que o órgão vinha desperdiçando<br />
recursos com explorações aleatórias,<br />
enquanto deveria estar contratando perfurações<br />
por metro ou oferecendo percentagem<br />
na produção dos campos que porventura<br />
fossem localizados. Defendendo a modernização<br />
do processo, os dois técnicos insistiam<br />
na necessidade de novos equipamentos e de<br />
geólogos adaptados à tecnologia mais avançada<br />
da época. Como isso tudo exigia tempo,<br />
a solução de curto prazo seria contratar firmas<br />
estrangeiras especializadas para os estudos<br />
geofísicos e os trabalhos de perfuração.<br />
114. WIRTH, 1973, p. 123.