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PETRÓLEO E ESTADO

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54 Petróleo e Estado<br />

Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes - Sindicom/Ipiranga<br />

O navio-tanque argentino Tácito trouxe a primeira remessa de petróleo cru a ser refinada no Brasil<br />

Como presidente do Clube Militar entre julho de<br />

1936 e janeiro de 1937, sua participação no debate<br />

em torno do petróleo ficou ainda mais forte.<br />

Após o golpe de Estado de novembro de 1937,<br />

foi promovido a subchefe do Estado-Maior e, já<br />

no início de 1938, encaminhou memorando ao<br />

general Góis Monteiro propondo a instituição do<br />

monopólio estatal do petróleo “dentro do plano<br />

nacionalista de reorganização econômica” do<br />

Estado Novo. Para viabilizar o processo, Horta<br />

Barbosa sugeria que se tomasse como ponto<br />

de partida o setor de refino, mais rentável, e por<br />

isso mesmo mais vulnerável ao interesse do capital<br />

estrangeiro, e potencialmente gerador dos<br />

capitais de que o setor de exploração se ressentia.<br />

Ele defendia a construção de refinarias por<br />

empresários brasileiros, impedindo as empresas<br />

estrangeiras de monopolizarem esse setor. 85<br />

Suas ideias se apoiavam em estudos desenvolvidos<br />

no âmbito do Estado-Maior do Exército e foram<br />

favorecidas pela conjuntura do Estado Novo,<br />

que permitia a interferência dos militares na vida<br />

econômica do País. O tema da “nação em perigo”<br />

havia sido uma constante no pensamento de Horta<br />

Barbosa ao longo de toda a sua carreira militar.<br />

Assim, não era segredo sua preferência por uma<br />

solução estatal para a questão do petróleo, muito<br />

embora se mostrasse aberto à opção do capital<br />

privado, incluindo-se aí o capital estrangeiro, desde<br />

que sob estreita supervisão do Governo Federal<br />

e que os cargos de direção permanecessem<br />

em mãos brasileiras, assim como os lucros.<br />

85. DIAS; QUAGLINO, 1993, p. 84.

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