PETRÓLEO E ESTADO
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Capítulo 2 - Os primeiros anos da República 33<br />
Sua principal atividade nos primeiros anos de<br />
Brasil foi a comercialização do óleo combustível e<br />
do querosene Aurora. O progressivo aumento do<br />
consumo de petróleo colocaria os óleos combustíveis<br />
como principais produtos de venda da Anglo<br />
Mexican, destacando-se a gasolina Energina. Em<br />
1914, a empresa inaugurou o primeiro depósito de<br />
óleo combustível do País, na Ilha do Governador,<br />
na capital federal. Em 1919, inaugurou sua primeira<br />
filial, em Recife, com a finalidade principal de abastecer<br />
os navios que passavam pela cidade. A essa<br />
altura, o óleo combustível se firmava como alternativa<br />
ao carvão de pedra para a navegação. Nos<br />
anos seguintes, abriu filiais em várias capitais brasileiras<br />
e instalou suas primeiras bombas de gasolina<br />
em garagens, ruas e rodovias. 42<br />
Estadão Conteúdo<br />
Em 1915, também a Texas Company (South America)<br />
Ltd. (Texaco) foi autorizada a se instalar no Brasil, 43<br />
porém seus produtos já eram distribuídos no País<br />
desde 1913, por uma empresa de representação de<br />
Salvador, a Fry Youle e Cia. Em seu primeiro escritório<br />
no Brasil, instalado na Avenida Rio Branco,<br />
Rio de Janeiro, vendiam-se latas de gasolina e também<br />
querosene iluminante, o produto mais procurado.<br />
A empresa expandiu suas atividades, abrindo<br />
filiais nos principais mercados e agências gerais em<br />
outros. Da comercialização em latas, os produtos<br />
passaram a ser distribuídos em tambores e depois<br />
em caminhões-tanque.<br />
No início da década de 1920 mais uma empresa<br />
norte-americana foi autorizada a funcionar no País:<br />
a Atlantic Refining Company of Brazil, 44 que havia<br />
sido desmembrada do conglomerado da Standard<br />
Oil, com o nome de Standard Oil of Virginia.<br />
O mercado brasileiro também atraiu empresas<br />
de médio porte, como a The Caloric Company,<br />
filial da Pan American Petroleum. Nos anos seguintes,<br />
porém, as empresas menores foram ab-<br />
O famoso Ford-T passou a ser produzido em São Paulo na década de 1920<br />
sorvidas pelas grandes companhias, que em 1928<br />
respondiam por 98,56% da gasolina e 95,88% do<br />
querosene que o Brasil importava.<br />
O consumo da gasolina era cada vez maior. Enquanto<br />
a importação de querosene se estabilizou em torno<br />
de 130 mil m³ por ano, entre 1915 e 1930, as compras<br />
de gasolina aumentaram mais de dez vezes (de 28<br />
mil para 345 mil m³) e as de óleo combustível cresceram<br />
de 80 mil para 355 mil m³ no mesmo período.<br />
42. PINHEIRO; VIANNA, 1987, p. 7-8.<br />
43. BRASIL. Decreto nº 11.702, de 15 de Setembro de 1915. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 24 set.<br />
1915. Seção 1, p. 10109<br />
44. BRASIL. Decreto nº 15.551, de 7 de Julho de 1922. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 19 jun. 1922.<br />
Seção 1, p. 13835