PETRÓLEO E ESTADO
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Perspectivas e desafios 293<br />
2008 e, em meados de 2014, caiu para cerca de<br />
US$ 100,00. Os prazos de maturação dos projetos<br />
mudaram diante do aumento da exploração<br />
em águas profundas, ultraprofundas e não convencionais,<br />
que por sua complexidade também<br />
exigem mais aportes e uma incessante evolução<br />
tecnológica.<br />
A demanda por gás natural cresceu mais que a<br />
do petróleo entre 2000 e 2015, e a dinâmica de<br />
precificação, em alguns mercados, desatrelou-se<br />
dos fatores ligados ao petróleo e seus derivados,<br />
passando a se definir por determinantes próprios.<br />
Se o crescimento dos países asiáticos, especialmente<br />
China e Índia, alavancou nos últimos anos<br />
a demanda de petróleo bruto, por outro lado os<br />
Estados Unidos reduziram drasticamente sua dependência<br />
externa, com o aumento exponencial<br />
da produção de petróleo não convencional.<br />
A descoberta e a exploração das jazidas do pré-<br />
-sal posicionaram o Brasil em situação privilegiada<br />
no mapa geopolítico da indústria. Nos próximos<br />
dez anos, o País deverá dobrar sua produção<br />
de petróleo, tornando-se exportador de relevância<br />
internacional. Esse protagonismo terá reflexos<br />
extremamente positivos em toda a economia brasileira,<br />
gerando receitas para a balança comercial,<br />
além de abrir novas possibilidades de inserção<br />
produtiva e tecnológica para diversos setores.<br />
As perspectivas exploratórias nacionais vão muito<br />
além do pré-sal. Hoje, 20 estados brasileiros<br />
mantêm programas de exploração e produção,<br />
fato inimaginável há alguns anos. Ao promover<br />
rodadas de licitação para o desenvolvimento de<br />
novas fronteiras exploratórias, como as margens<br />
Equatorial e Leste, um dos desafios assumidos<br />
pela Agência neste novo cenário é o de sinalizar<br />
e ampliar progressivamente as melhores oportunidades<br />
de exploração e produção de petróleo<br />
e gás, sem deixar de zelar pelas condições adequadas<br />
de segurança operacional e respeito ao<br />
meio ambiente.<br />
Na outra ponta, a do abastecimento nacional, não<br />
são menores os desafios da indústria. O aumento<br />
da renda e a melhoria das condições econômicas<br />
da sociedade brasileira impulsionaram um<br />
expressivo salto do consumo de combustíveis,<br />
que exige enormes investimentos na logística de<br />
distribuição e na infraestrutura de portos, ferrovias<br />
e estruturas de armazenamento. Garantir<br />
que os combustíveis cheguem a todo o território<br />
nacional, rigorosamente dentro dos padrões de<br />
qualidade estabelecidos, é uma das tarefas mais<br />
desafiadoras que a ANP tem enfrentado.<br />
Para poder exercer de maneira cada vez melhor a<br />
atribuição legal de implementar a política energética<br />
em seu setor de atuação, a ANP precisará reforçar,<br />
nos próximos anos, o debate com diversas<br />
esferas de governo, com a indústria e com a sociedade.<br />
Juntos, esses agentes devem contribuir<br />
para a formulação estratégica e o constante aprimoramento<br />
de uma agenda de temas energéticos<br />
e industriais para o futuro do Brasil.<br />
A redução de entraves burocráticos, a formação<br />
de mão de obra qualificada, o direcionamento<br />
dos recursos para pesquisa e desenvolvimento<br />
em novas áreas do conhecimento, e a incorporação<br />
cada vez maior dos biocombustíveis na matriz<br />
energética são algumas das condições que<br />
devem ser observadas ou aprimoradas em sintonia<br />
com a construção de políticas econômicas,<br />
ambientais, tecnológicas e sociais.<br />
A regulação pode e deve funcionar como fator<br />
de indução deste novo ciclo de expansão, que<br />
trará desafios e oportunidades para todos os setores,<br />
especialmente no que se refere ao avanço<br />
tecnológico e à capacitação de recursos humanos.<br />
Diante da complexidade de uma indústria<br />
cada vez maior, a otimização dos investimentos<br />
previstos para os próximos anos é um compromisso<br />
que deve unir a iniciativa privada e o poder<br />
público, de modo a acelerar o desenvolvimento<br />
econômico do País.