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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 22 - Abastecimento: um desafio do tamanho do Brasil 273<br />

Combustíveis menos poluentes<br />

Além de executar os programas de monitoramento<br />

da qualidade dos combustíveis, a ANP cumpre importante<br />

papel na especificação desses produtos,<br />

trabalho que leva em consideração diversos aspectos,<br />

como o planejamento energético, as tecnologias<br />

de produção e as variáveis econômicas da indústria<br />

e do consumo, mas que nos últimos anos passou a<br />

ser fortemente influenciada pelas preocupações com<br />

a saúde, o meio ambiente e a sustentabilidade. 438 As<br />

ações da ANP se inserem neste cenário.<br />

Um exemplo concreto de atuação da Agência foi a<br />

introdução gradual, no mercado brasileiro, do diesel<br />

com menor teor de enxofre, reduzindo a emissão de<br />

poluentes nos caminhões, ônibus e outros veículos<br />

do ciclo diesel. A redução foi fruto da implantação<br />

da fase P-7 do Programa de Controle de Poluição do<br />

Ar por Veículos Automotores (Proconve), que tem<br />

como um de seus principais objetivos “o atendimento<br />

aos padrões de qualidade do ar, especialmente nos<br />

centros urbanos”. 439 Em 2009, iniciou-se em todo o<br />

Brasil a migração do óleo diesel S-1800 para o S-500<br />

(que desde 2006 vinha sendo comercializado em<br />

237 municípios) e chegou ao mercado o diesel S-50.<br />

Essas mudanças obedecem ao cronograma estabelecido<br />

em acordo firmado em 2008 pelo Ministério<br />

Público Federal, Ministério do Meio Ambiente – por<br />

intermédio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente<br />

e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) –, ANP,<br />

Petrobras, Governo do Estado de São Paulo e Associação<br />

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores<br />

(Anfavea). Todas as especificações foram<br />

definidas pela ANP. 440<br />

As preocupações<br />

com a saúde,<br />

o meio ambiente<br />

e a sustentabilidade<br />

tornaram-se fatores<br />

fundamentais no<br />

monitoramento<br />

da qualidade<br />

dos combustíveis.<br />

Desde 1º de janeiro de 2013, o diesel S10 está<br />

sendo ofertado em substituição ao S50. 441<br />

A relação inicial de 4,3 mil revendas obrigadas a comercializar<br />

o produto foi acrescida por outras 8,8 mil<br />

voluntárias, totalizando mais de 13,2 mil postos espalhados<br />

pelo País, como mostra o mapa (Figura 22.1).<br />

Também na gasolina, o teor de enxofre médio foi<br />

reduzido nos últimos anos. Era de 500 mg/kg em<br />

2009, baixou para 200 mg/kg em 2013 e passou a<br />

ter, em 2014, no máximo 50 mg/kg de enxofre, apresentando<br />

qualidade semelhante à que se comercializa<br />

nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Essas<br />

medidas contribuem para a melhora da qualidade<br />

do ar e para a diminuição de doenças respiratórias.<br />

Além de viabilizar as metas de emissões da etapa L-6<br />

do Proconve, a nova gasolina vem-se adaptando às<br />

novas tecnologias da indústria automobilística, como<br />

a injeção direta de combustível. São mudanças que<br />

acompanham a evolução tecnológica da indústria<br />

automotiva mundial, alinhando os parâmetros da especificação<br />

do combustível aos requisitos internacionais<br />

e atendendo às necessidades ambientais. 442<br />

A ANP participou da elaboração de duas versões do<br />

Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por<br />

Veículos Automotores, elaboradas em 2011 e 2013<br />

por um Grupo de Trabalho coordenado pelo Ministério<br />

do Meio Ambiente. O documento define uma metodologia<br />

de referência nacional para o controle de<br />

emissões, facilitando o cumprimento das demandas<br />

do Programa Nacional de Controle da Qualidade do<br />

Ar (Pronar), de 1989. Os dados disponíveis no Inventário<br />

também vêm sendo utilizados na elaboração<br />

de outras públicas do setor, como o Plano Setorial de<br />

Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação e<br />

Adaptação à Mudança do Clima (PSTM), e o Plano<br />

Nacional de Mudanças do Clima, além de outras aplicações<br />

de escala nacional e regional.<br />

438. DUAILIBE, Allan Kardec (Org.). Combustíveis no Brasil: desafios e perspectivas. Rio de Janeiro: Synergia, 2012.<br />

439. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Brasil). Resolução nº 18, de 6 de maio de 1986. Diário Oficial [da República Federativa do<br />

Brasil], Poder Executivo, Brasília, DF, 17 jun. 1986. Seção 1, p. 8792-8795.<br />

440. AGÊNCIA NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong>, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (Brasil). Resolução nº 50, de 23 de dezembro de 2013. Diário<br />

Oficial [da República Federativa do Brasil], Poder Executivo, Brasília, DF, 24 dez. 2013. Seção 1, p. 104.<br />

441. AGÊNCIA NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong>, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (Brasil). Resolução nº 46, de 20 de dezembro de 2012. Diário<br />

Oficial [da República Federativa do Brasil], Poder Executivo, Brasília, DF, 21 dez. 2012. Seção 1, p. 839.<br />

442. AGÊNCIA NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong>, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (Brasil). Resolução nº 40, de 25 de outubro de 2013. Diário Oficial<br />

[da República Federativa do Brasil], Poder Executivo, Brasília, DF, 30 out. 2013. Seção 1, p. 55.

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