PETRÓLEO E ESTADO
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Capítulo 19 - Uma indústria que gera desenvolvimento 225<br />
Conhecimento geológico impulsiona exploração<br />
Quanto mais informações disponíveis, maiores<br />
as chances de sucesso: o conhecimento geológico<br />
de áreas de bacias sedimentares com<br />
potencial para descoberta de jazidas de petróleo<br />
e gás natural é estratégico na exploração.<br />
Por isso, a Lei do Petróleo 363 incluiu entre<br />
as atribuições da ANP a missão de “promover<br />
estudos visando à delimitação de blocos, para<br />
efeito de concessão ou contratação”. Também<br />
por determinação da lei, a partir de 1998 todo<br />
o acervo de dados técnicos da Petrobras e os<br />
novos dados produzidos e adquiridos pelo<br />
mercado foram transferidos para a ANP, que<br />
em 2000 estruturou o Banco de Dados de Exploração<br />
e Produção, o BDEP.<br />
Entre 1998 e 2002, quando coletava dados<br />
para a definição dos blocos licitados nas quatro<br />
primeiras Rodadas, a ANP assinou seis<br />
contratos com instituições de ensino superior<br />
e de pesquisa para a realização de estudos em<br />
áreas como a Bacia de Santos, Bacia do São<br />
Francisco e Bacia de Camamu-Almada, entre<br />
outras. Ainda em 2002, o Plano Decenal de<br />
Geologia e Geofísica previu a aquisição de novos<br />
dados em bacias marítimas e terrestres,<br />
maduras (em estágio avançado de produção)<br />
e de nova fronteira (inexploradas).<br />
Em 2003, o CNPE aprovou um conjunto de<br />
diretrizes para as atividades da ANP no campo<br />
da pesquisa geológica, como a inclusão,<br />
nas Rodadas de Licitações, de blocos, setores<br />
ou áreas em bacias maduras, para estimular a<br />
entrada de pequenos e médios empresários<br />
na atividade, e “áreas em bacias de fronteira<br />
tecnológica e do conhecimento, da margem<br />
continental, de forma a atrair investimentos<br />
nessas áreas, elevando o conhecimento geológico<br />
disponível”. 364 A partir das novas diretrizes<br />
do CNPE, a ANP pôde planejar com<br />
mais desenvoltura suas atividades de pesquisa<br />
do subsolo nacional. Já em 2004, pela primeira<br />
vez na sua história, a Agência contratou<br />
um serviço de aquisição de dados novos, para<br />
a Bacia do Rio do Peixe (PB) e para o assoalho<br />
oceânico na Bacia de Pernambuco-Paraíba,<br />
áreas pouco conhecidas no Nordeste<br />
brasileiro. Em 2005 e 2006, a ANP voltou a<br />
contratar novos estudos direcionados a áreas<br />
terrestres desconhecidas, como as Bacias de<br />
Pelotas (RS), Sergipe e São Francisco.<br />
Os estudos da ANP foram selecionados entre<br />
as ações do Projeto-Piloto de Investimentos<br />
(PPI), criado em 2005 pelo Ministério da Fazenda<br />
para expandir o investimento público,<br />
em especial na infraestrutura do País, refletindo<br />
a preocupação do governo brasileiro em<br />
aprofundar o conhecimento geológico sobre<br />
áreas inexploradas ou pouco conhecidas (áreas<br />
de novas fronteiras).<br />
Em 2006, a ANP impulsionou os estudos geológicos<br />
e geofísicos das bacias sedimentares<br />
do Brasil, promovendo a elaboração e a<br />
viabilização financeira do Plano Plurianual<br />
de Geologia e Geofísica (PPA) para o quinquênio<br />
2007/2011. O plano, bastante abrangente,<br />
estabeleceu metas anuais e estudos<br />
específicos para as bacias sedimentares de<br />
todos os estados brasileiros. O Governo Federal<br />
considerou o PPA como estratégico<br />
para a infraestrutura do País e, em 2008, oficializou<br />
seu ingresso no Programa de Aceleração<br />
do Crescimento (PAC). Ainda em 2010,<br />
foram incluídos no PAC 2 os projetos de pesquisa<br />
geológica da Agência, para execução<br />
até 2014. De 2007 a 2014, esses programas<br />
totalizam cerca de R$ 1,2 bilhão, o maior investimento<br />
já realizado na área.<br />
Com esses estudos, a ANP abriu importantes<br />
áreas de nova fronteira nas bacias do Parecis<br />
e do Parnaíba. Os dez blocos exploratórios<br />
incluídos na Nona Rodada de Licitações, em<br />
2007, e os seis blocos da Décima Rodada, em<br />
2008, foram todos arrematados, gerando arrecadação<br />
de R$ 108 milhões em investimentos<br />
no programa exploratório mínimo das empresas.<br />
Os investimentos em aquisição de dados<br />
geológicos e geofísicos também permitiram à<br />
ANP a seleção de áreas exploratórias para a 11ª<br />
e 12ª Rodadas, realizadas em 2013.<br />
363. BRASIL. Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 7 ago. 1997, Seção 1, p. 16925-16932.<br />
364. CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA (Brasil). Resolução nº 8, de 21 de julho de 2003. Diário Oficial [da República Federativa<br />
do Brasil], Brasília, DF, 7 ago. 2003. Seção 1, p. 50.