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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 1 - Concessões pioneiras 21<br />

O consumo de derivados de petróleo: primeiros momentos<br />

Usado principalmente na iluminação, o querosene<br />

era o derivado de petróleo mais popular<br />

do Brasil na segunda metade do século XIX. Os<br />

primeiros registros de importação desse produto<br />

datam do início da década de 1870 e a categoria<br />

“mercador de querosene” já aparecia,<br />

desde 1871, na estatística das profissões sujeitas<br />

ao imposto sobre indústria e profissões. Em<br />

1874, esses profissionais já somavam 64, e eram<br />

todos portugueses.<br />

Nesses anos e nos seguintes, praticamente<br />

todo o querosene comercializado no mundo<br />

era produzido em refinarias da Standard Oil.<br />

A estratégia da empresa norte-americana era<br />

vender seus produtos a agentes estrangeiros,<br />

não se ocupando diretamente com as atividades<br />

de exportação, distribuição e revenda no<br />

exterior. No Brasil, os importadores vendiam<br />

o produto a revendedores ou diretamente ao<br />

consumidor final.<br />

A partir de 1884, o aumento de volume do querosene<br />

importado levou-o a ser especificado<br />

em separado nas estatísticas da Alfândega do<br />

Rio. Nessa década surgiram firmas importadoras<br />

e revendedoras que beneficiavam o produto<br />

importado, com o objetivo de redestilar o<br />

querosene, de forma a torná-lo menos suscetível<br />

a explosões.<br />

A gasolina começou a chegar ao Brasil no final da<br />

década de 1870, passando a competir com o carvão,<br />

o querosene e os óleos vegetais e animais, na<br />

iluminação artificial. Em 1876, o Ministério da Agricultura<br />

celebrou um contrato com a firma do Gaz<br />

Globo (nome comercial da gasolina, até então) para<br />

a iluminação de 11 distritos da Corte, em substituição<br />

ao serviço feito à base de óleos vegetais e animais.<br />

Museu Castro Maya/Ibram/MinC<br />

O querosene e outros produtos inflamáveis desembarcavam<br />

nos principais portos brasileiros,<br />

como Rio de Janeiro e Santos, de onde, embalados<br />

em latas e vasilhames de vidros, entre outros<br />

tipos de embalagens, eram despachados por<br />

ferrovia para o interior, em vagões apropriados<br />

para o transporte desse tipo de mercadoria. Seus<br />

destinos eram as pequenas capitais provinciais e<br />

diversas cidades do interior, onde a iluminação<br />

residencial a gás, à base da destilação do carvão,<br />

não havia chegado.<br />

Esta aquarela de Jean-Baptiste Debret mostra o sistema de iluminação pública do Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX, à base de<br />

óleo de baleia. A função de acendedor de lampiões continuou existindo nos tempos da iluminação a gás ou querosene.

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