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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 19 - Uma indústria que gera desenvolvimento 217<br />

Rodada Zero: a construção de um modelo<br />

Um ano após sua criação, a ANP assinou com<br />

a Petrobras 397 contratos de concessão, referentes<br />

a 115 blocos exploratórios, 51 para<br />

áreas de desenvolvimento e 231 campos de<br />

produção, compreendendo uma área superior<br />

a 450 mil quilômetros quadrados. A ratificação<br />

dos direitos da empresa sobre blocos em<br />

exploração e de campos que se encontravam<br />

em produção era uma das exigências da Lei<br />

do Petróleo, e envolvia extensa análise do<br />

programa de exploração, desenvolvimento e<br />

produção da Petrobras. 340<br />

A partir de sua implantação, 341 a ANP organizou,<br />

entre janeiro e agosto de 1998, o processo<br />

conhecido como Rodada Zero. A Petrobras<br />

submeteu à Agência o seu programa<br />

de exploração, desenvolvimento e produção<br />

de petróleo e gás natural, confirmando seu<br />

interesse em determinadas áreas e devolvendo<br />

o restante para a União. A documentação<br />

foi analisada pela ANP, com o apoio de uma<br />

consultoria contratada junto à Universidade<br />

Federal da Bahia e à Universidade Estadual<br />

de Campinas. A partir de uma avaliação da<br />

efetiva produção dos campos requeridos, das<br />

atividades já realizadas e do compromisso de<br />

investimentos nas áreas, foram definidas as<br />

áreas que permaneceriam com a Petrobras. 342<br />

A empresa teria três anos para descobrir óleo,<br />

ao término dos quais devolveria as áreas em<br />

que nada fosse descoberto.<br />

Na ausência de regulamentos específicos<br />

aplicáveis às atividades de exploração e produção<br />

sob o regime de concessão, foi elaborado<br />

um modelo abrangente de contrato para<br />

ser utilizado nas concessões da Petrobras.<br />

Para tanto, a ANP contratou escritórios de<br />

advocacia no Brasil e nos Estados Unidos e<br />

aproveitou a experiência do modelo adotado<br />

para o setor elétrico paulista. 343 O modelo que<br />

nasceu naquele momento, também utilizado<br />

para os contratos das rodadas seguintes, baseou-se<br />

nas melhores práticas da indústria do<br />

petróleo: conservação dos recursos petrolíferos<br />

(métodos e técnicas adequadas), segurança<br />

operacional (normas e procedimentos<br />

de prevenção de acidentes) e preservação<br />

ambiental (ações para minimizar o impacto<br />

das operações no meio ambiente).<br />

O modelo de<br />

contrato<br />

de concessão<br />

que nasceu com<br />

a Rodada Zero,<br />

também adotado<br />

nas rodadas<br />

seguintes,<br />

baseou-se nas<br />

melhores práticas<br />

da indústria<br />

do petróleo.<br />

340. BRASIL. Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997. Seção II.<br />

341. BRASIL. Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de 1998.<br />

342. AGÊNCIA NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong> (Brasil). Dois anos: 1998-2000. Rio de Janeiro, 2000. 67 p.<br />

343. ZYLBERSZTAJN, D., 2005.

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