PETRÓLEO E ESTADO
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194 Petróleo e Estado<br />
CAPÍTULO 17<br />
O DEPARTAMENTO<br />
NACIONAL DE<br />
COMBUSTÍVEIS<br />
Início da desregulamentação do setor de petróleo<br />
Em seu discurso de posse, no dia 15 de março<br />
de 1990, o presidente Fernando Collor de Mello<br />
prometeu combater a inflação – que havia superado<br />
o índice de 80% ao mês e atingido, em<br />
cinco anos, uma taxa superior a 1.000.000% – e<br />
modernizar o País. No dia seguinte, anunciou o<br />
Plano de Estabilização Econômica, cujos objetivos<br />
estratégicos estavam sintonizados com as<br />
recomendações do Consenso de Washington,<br />
denominação dada às conclusões do seminário<br />
que, em novembro de 1989, reuniu técnicos do<br />
FMI, do Banco Mundial, do BID e do governo<br />
dos Estados Unidos, além de economistas de<br />
países latino-americanos, para avaliar as reformas<br />
econômicas em curso no continente. As medidas<br />
recomendadas pelo Consenso de Washington,<br />
como requisitos para o estabelecimento de laços<br />
de cooperação financeira, giravam em torno<br />
de três eixos principais: a retirada do Estado<br />
das atividades econômicas; a liberalização dos<br />
mercados nacionais à importação de bens e<br />
serviços e à entrada de capitais de risco; e a obtenção<br />
da estabilidade monetária, por meio do<br />
combate intransigente à inflação.<br />
Era esse o espírito das medidas então adotadas<br />
por Fernando Collor, como a extinção de 24 órgãos<br />
e empresas públicas, inclusive o Conselho<br />
Nacional do Petróleo (CNP), com a demissão<br />
dos funcionários que não estivessem protegidos<br />
pelas regras da estabilidade; a redução da<br />
presença do Estado na economia, por meio da<br />
privatização de empresas estatais; e a abertura<br />
econômica para o exterior, com a redução progressiva<br />
das alíquotas de importação.<br />
A criação da pasta da Infraestrutura foi uma das<br />
principais novidades da reforma ministerial empreendida<br />
no início do governo Collor. O novo e<br />
imenso ministério – que incorporou as pastas das<br />
Minas e Energia, Transportes e Comunicações,<br />
extintas na mesma ocasião – foi confiado ao tenente-coronel<br />
da Aeronáutica, já na reserva, Osíris<br />
Silva. Em seu discurso de posse, afinado com o do<br />
Presidente da República na mesma solenidade,<br />
anunciou a privatização da maioria das empresas<br />
estatais (entre elas diversas subsidiárias da Petrobras),<br />
exceto as que precisavam de autorização<br />
do Congresso, e a revisão do Proálcool.<br />
Collor reduziu<br />
a presença do<br />
Estado na<br />
economia<br />
e extinguiu<br />
24 órgãos e<br />
empresas públicas,<br />
inclusive o CNP.