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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 16 - Desestatizações na Nova República 191<br />

O estabelecimento dos preços<br />

João Cordeiro/Banco de Imagens Petrobras<br />

O presidente José Sarney e o ministro de Minas e Energia, Aureliano Chaves, visitam plataforma da Petrobras em 1987<br />

Desde sua criação, a determinação dos preços<br />

dos derivados do petróleo era uma responsabilidade<br />

do CNP. Já no governo Sarney, o controle<br />

dos preços tinha um papel importantíssimo na<br />

política de combate à inflação, e os recursos<br />

provenientes da venda desses produtos representavam<br />

a maior fonte de receitas da Petrobras.<br />

O agravamento da crise econômica no<br />

início de 1987 afetou profundamente o sistema<br />

de preços da Petrobras, que era calcado na gasolina,<br />

cuja venda gerava excedentes que eram<br />

transferidos para outros produtos, principalmente<br />

o GLP, o diesel, o querosene combustível<br />

e a nafta. Além disso, “um terço do preço final<br />

da gasolina correspondia a impostos, contribuições<br />

fiscais e parafiscais, como o imposto único<br />

sobre combustíveis, o empréstimo compulsório<br />

e o PIS/PASEP”. 291<br />

As relações entre o CNP e a Petrobras eram pautadas<br />

pelo papel que cada uma dessas organizações<br />

desempenhava na execução da política nacional<br />

do petróleo. Segundo a avaliação de França<br />

Domingues, as relações eram muito boas, mesmo<br />

nos momentos difíceis em que a inflação chegava<br />

a 80% ao mês, o que obrigava a fazer reajustes<br />

mensais de todos os combustíveis. Todos esses<br />

reajustes de preços, que hoje são determinados<br />

pela Presidência da República, eram naquela época<br />

decididos pelo CNP.<br />

A contenção dos valores de venda dos derivados<br />

de petróleo foi iniciada antes mesmo do<br />

Plano Cruzado. Em 1985, os preços permaneceram<br />

inalterados durante quase cinco meses, tendo<br />

como cenário uma inflação de 234% ao ano.<br />

Em seguida, os preços de venda do etanol e dos derivados<br />

de petróleo foram reajustados em níveis muito<br />

abaixo da inflação: 147% e 132%, respectivamente.<br />

291. PETROBRAS 50 anos: uma construção da inteligência brasileira. Rio de Janeiro: Petrobras, 2003. 256 p.

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