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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 14 - O “milagre brasileiro” e os choques do petróleo 163<br />

A indústria petroquímica se estabelece no Brasil<br />

A política econômica adotada pelo governo Castelo<br />

Branco previa a retomada do crescimento e o<br />

estabelecimento pleno de uma economia de mercado.<br />

Para isso, foi formulado o Programa de Ação<br />

Econômica do Governo (PAEG), 258 cujos objetivos<br />

eram: redução gradual da inflação; aumento do<br />

ritmo de crescimento para 7% ao ano; diminuição<br />

das disparidades setoriais e regionais; política de<br />

investimentos; e correção da tendência deficitária<br />

do balanço de pagamentos. O PAEG foi elaborado<br />

pelos ministros Otávio Gouveia de Bulhões (Fazenda)<br />

e Roberto Campos (Planejamento) e aprovado<br />

pelo Congresso em 14 de agosto de 1964.<br />

Geraldo Falcão/Banco de Imagens Petrobras<br />

O PAEG previa, entre vários outros instrumentos,<br />

o incentivo ao estabelecimento da indústria química,<br />

devido às condições favoráveis de mercado<br />

e à necessidade de produção de matérias-primas<br />

básicas. Ao CNP caberia exercer um controle regulador,<br />

tendo sido constituída, com esse objetivo,<br />

a Comissão Especial de Petroquímica. 259<br />

Foi também instituído, em fevereiro de 1965, o<br />

Grupo Executivo da Indústria Química (Geiquim),<br />

cujo objetivo era promover o desenvolvimento<br />

do setor através da concessão de incentivos. Vinculado<br />

ao Ministério de Indústria e Comércio, o<br />

Geiquim tinha representantes de sete outros ministérios,<br />

além de vários órgãos governamentais e<br />

privados, inclusive a Associação da Indústria Química<br />

(Abiquim).<br />

O trabalho da Comissão Especial de Petroquímica<br />

serviu de base a uma nova resolução do<br />

O polipropileno é um importante produto da indústria petroquímica, usado na fabricação de diversos tipos de plástico e de fibra<br />

CNP, 260 que apresentava uma relação de produtos<br />

petroquímicos básicos, para diferencide<br />

livre do monopólio estatal não era o bastante para<br />

Entretanto, definir a petroquímica como uma atividaá-los<br />

dos produtos combustíveis, de modo a que investidores privados nacionais ou estrangeiros<br />

deixar claro o que estava fora do monopólio da atuassem na área. Havia um problema de ordem<br />

Petrobras. Definindo a indústria petroquímica, prática a ser resolvido. Em virtude da pouca disponibilidade<br />

de gás natural no Brasil, a matéria-prima<br />

como “o ramo da indústria química que tem<br />

origem no aproveitamento do gás natural e petroquímica essencial era a nafta. Principal produto<br />

produzido a partir da nafta, o eteno é o ponto de<br />

dos produtos e subprodutos do petróleo e do<br />

xisto”, a resolução frisava que “as atividades partida para a obtenção de outros produtos petroquímicos<br />

(como o propeno, o butadieno, o xileno e<br />

que tenham por finalidade precípua a produção<br />

de combustíveis e óleos lubrificantes de o benzeno). Contudo, a partir do eteno também se<br />

petróleo e asfalto” não estavam incluídas na produz gasolina e GLP, produtos combustíveis que só<br />

indústria petroquímica.<br />

podiam ser comercializados pela Petrobras.<br />

258. PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG). In: ABREU, Alzira Alves de. et al. (Coord.). Dicionário histórico e biográfico<br />

brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, CPDOC, 2001. v. 4, p. 4.797-4.799<br />

259. CONSELHO NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong> (Brasil). Portaria nº 144, de 13 de outubro de 1964.<br />

260. CONSELHO NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong> (Brasil). Resolução nº 5, de 06 de maio de 1965.

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