PETRÓLEO E ESTADO
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148 Petróleo e Estado<br />
CAPÍTULO 13<br />
A CONSOLIDAÇÃO<br />
DO MONOPÓLIO<br />
ESTATAL<br />
Fortalecimento da Petrobras<br />
A situação de desencontro entre CNP e Petrobras,<br />
enfrentada por Kubitschek inclusive com<br />
demissões, chegou a dar sinais de agravamento<br />
durante o breve governo de Jânio Quadros, empossado<br />
como Presidente da República em 31 de<br />
janeiro de 1961. Depois de ter prometido a Josaphat<br />
Marinho a presidência da Petrobras, ele<br />
recuou e entregou o cargo a Geonísio Barroso.<br />
Marinho acabou sendo chamado por Jânio para<br />
assumir a presidência do CNP, com a missão de<br />
“desenvolver uma política em favor do monopólio”.<br />
244 De modo geral, durante a gestão de Josaphat<br />
foram sendo construídas bases efetivas de<br />
cooperação entre o CNP e a Petrobras. O Conselho,<br />
ao responder afirmativamente às medidas<br />
solicitadas pela empresa estatal, comprometia-<br />
-se com o crescimento da Petrobras.<br />
A falta de coordenação no setor do petróleo refletia-se<br />
em uma política de preços absolutamente<br />
inadequada, gerando problemas de caixa<br />
para a Petrobras. Algumas providências do CNP<br />
ainda nos primeiros meses do ano contribuíram<br />
para diminuir o problema de caixa da Petrobras<br />
e fortalecer a empresa. Diante de significativas<br />
alterações no sistema cambial, que estavam sendo<br />
promovidas com vistas à unificação da taxa<br />
de câmbio, o CNP promoveu o levantamento dos<br />
estoques de petróleo e seus derivados, existentes<br />
no mercado nacional; efetuou também a revisão<br />
dos preços dos derivados para ajustá-los à nova<br />
realidade cambial e fiscal; e atuou na fiscalização<br />
dos recolhimentos, ao Banco do Brasil, das diferenças<br />
de preços dos derivados, que, por meio<br />
de um plano de contas, fazia a movimentação de<br />
transferência dos recursos para a Petrobras.<br />
Josaphat Marinho conseguiu ainda que o presidente<br />
Jânio Quadros aprovasse o reajuste, de<br />
5% para 8%, da indenização devida às regiões<br />
produtoras de petróleo, de xisto betuminoso e<br />
de gás, assim como o reconhecimento do direito<br />
Em 1961, o CNP<br />
autorizou<br />
o ingresso<br />
da Petrobras<br />
no mercado<br />
distribuidor<br />
de derivados<br />
do petróleo.<br />
delas ao royalty pela exploração dos poços situados<br />
na plataforma submarina. Na ocasião, o<br />
estado da Bahia seria o único beneficiado, pois<br />
era o único estado produtor de petróleo. Ainda<br />
nesse período, o Plenário do CNP autorizou, em<br />
18 de junho de 1961, o ingresso da Petrobras no<br />
mercado distribuidor de derivados do petróleo<br />
mediante a construção de uma rede de postos<br />
de vendas e serviços.<br />
244. VIEIRA, Carlos Meirelles. Carlos Meirelles Vieira: depoimento [2005]. Rio de Janeiro: FGV, CPDOC, 2005. (Projeto Agência Nacional do Petróleo).