01.02.2016 Views

PETRÓLEO E ESTADO

1RZuvmj

1RZuvmj

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 12 - Governo JK: expansão do refino 143<br />

Esta resolução justificava-se, segundo o CNP,<br />

pela grande importância econômica da indústria<br />

petroquímica para a economia do País, assim<br />

como pela existência de condições propícias<br />

de mercado e de produção das matérias-primas<br />

básicas. A presença da Petrobras também era<br />

considerada extremamente importante nesse<br />

campo, “principalmente para fazer as matérias-<br />

-primas petroquímicas e também para fazer até<br />

os produtos essenciais, quando não houvesse<br />

interesse da iniciativa privada”. Por outro lado,<br />

o Conselho entendia que a indústria petroquímica<br />

não constituía monopólio da União e que<br />

sua implantação no País deveria caber, “tanto<br />

quanto possível”, à iniciativa privada. Entretanto,<br />

era preciso evitar a formação de monopólios,<br />

alertava o CNP, que se tornou, então, “um<br />

fórum de julgamentos de projetos nessa área” e<br />

“supervisionou o desenvolvimento das primeiras<br />

plantas petroquímicas do Brasil”. 235<br />

Além da Petrosil, que continuava insistindo por<br />

todos os meios para a aprovação de seu projeto<br />

petroquímico, em 1958 surgiram propostas –<br />

estimuladas pelo CNP, por determinação de JK<br />

– para a construção de uma planta de borracha<br />

sintética, com capacidade para produzir 40 mil<br />

toneladas por ano. A própria Petrobras e dois<br />

grupos se apresentaram. 236<br />

Ernesto Geisel, conselheiro encarregado de<br />

estudar essas propostas, em seu primeiro parecer<br />

considerou que, apesar de serem bem<br />

embasadas do ponto de vista técnico, as propostas<br />

apresentadas pelas empresas privadas<br />

seriam inconvenientes quanto à estrutura do<br />

capital e não ofereceriam vantagens em relação<br />

ao dispêndio de divisas. Ele recomendava<br />

atribuir à Petrobras “a instalação e exploração<br />

da indústria de borracha sintética, com o aproveitamento<br />

dos subprodutos da Refinaria Duque<br />

de Caxias, em construção no estado do Rio<br />

de Janeiro”. Sugeria também que a produção e<br />

a instalação da indústria ocorressem até 31 de<br />

dezembro de 1960, coincidindo com o início de<br />

funcionamento da Reduc. Afirmava ainda que<br />

a Petrobras deveria organizar uma subsidiária<br />

para essa atividade. 237<br />

Enquanto as empresas eram convidadas a apresentar<br />

propostas de instalação e exploração da<br />

indústria de borracha sintética, a Petrobras foi<br />

instada a encaminhar um relatório sobre a possibilidade<br />

da instalação integral da referida indústria.<br />

Em abril, a estatal pleiteou atribuição<br />

para o empreendimento. O CNP examinou o assunto<br />

e o submeteu à apreciação de Kubitschek,<br />

que em junho autorizaria a Petrobras a instalar<br />

e explorar a fábrica de borracha sintética.<br />

Coube também a Geisel o parecer sobre o pleito<br />

da Petrosil, que foi indeferido pelo Plenário, em<br />

abril, porque – na avaliação dos conselheiros do<br />

CNP – não possuía fundamento legal, era inoportuno<br />

e não convinha aos interesses da Petrobras.<br />

De qualquer forma, a Resolução nº 1/57 serviu<br />

de base para que 11 empresas solicitassem e<br />

obtivessem registros junto ao CNP, conforme o<br />

quadro abaixo:<br />

NOME DA EMPRESA <strong>ESTADO</strong> PRODUTOS<br />

Alba S. A. Indústria e Comércio São Paulo metano<br />

Bakol S. A. Indústria e Comércio São Paulo poliestireno e polieteno<br />

Petroclor Indústria e Comércio S. A. São Paulo polieteno<br />

Companhia Brasileira de Estireno São Paulo álcool isopropílico e acetona<br />

Nitrogênio S.A. Indústria Brasileira<br />

Bahia amônia e ácido nítrico<br />

de Produtos Químicos e Fertilizantes<br />

Companhia Brasileira de Estireno São Paulo estireno e tolueno<br />

Companhia Brasileira de Plásticos Koppers São Paulo poliestireno<br />

Union Carbide do Brasil S. A. São Paulo polieteno<br />

Companhia Petroquímica Brasileira - Copebrás São Paulo negro de fumo<br />

Petroclor - Indústria Petroquímica S. A. São Paulo dicloretano<br />

Petróleo Brasileiro S. A. - Petrobras São Paulo propeno<br />

235. PERRONE, 2005.<br />

236. Ibid.<br />

237. OTTO PERRONE [Coleção]. Pareceres do Conselheiro Ernesto Geisel no Plenário do CNP, anos 1957/1958. 20/02/1958.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!