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PETRÓLEO E ESTADO

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122 Petróleo e Estado<br />

FGV/CPDOC - Arquivo Getúlio Vargas<br />

impedia a participação de acionistas estrangeiros<br />

na Petrobras. Assim, no dia 2 de setembro de<br />

1952, o projeto 1.516 foi aprovado em primeira instância,<br />

na Câmara dos Deputados, com mais de<br />

150 emendas que instituíam o monopólio sobre<br />

todas as fases da indústria do petróleo, exceto na<br />

distribuição e nas concessões de refinarias particulares<br />

já existentes.<br />

Vargas posa dentro de um dos primeiros jatos militares encomendados aos EUA, na base aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro<br />

Remetido ao Senado, o projeto enfrentou resistências<br />

opostas às que havia enfrentado na<br />

Câmara, demorando mais um ano para ser submetido<br />

à apreciação final do Congresso. Os senadores<br />

resolveram desconsiderar os pareceres<br />

dos deputados, dividindo-se em dois grupos:<br />

os favoráveis à ação estatal e os que eram favoráveis<br />

à participação de grupos econômicos<br />

estrangeiros. Getúlio Vargas passou a trabalhar<br />

intensamente por uma ação combinada entre<br />

Assessoria Econômica e os senadores favoráveis<br />

ao monopólio estatal.<br />

Com a mobilização<br />

gerada pela<br />

campanha<br />

“O petróleo é<br />

nosso”, Vargas foi<br />

obrigado a optar<br />

finalmente pelo<br />

monopólio estatal.<br />

Nesse sentido, o deputado Gustavo Capanema,<br />

líder do governo, enviou um pedido de urgência<br />

e a Câmara iniciou ainda em julho a discussão<br />

das 126 emendas ao projeto de criação da Petrobras.<br />

Antes disso houve entendimentos com<br />

Artur Bernardes, pois a Comissão de Segurança<br />

Nacional, presidida por ele, foi a única comissão<br />

da Câmara dos Deputados que não tinha dado<br />

parecer favorável.<br />

Entretanto, com a mobilização gerada pela campanha<br />

“O petróleo é nosso”, Vargas foi obrigado<br />

a optar finalmente pelo monopólio estatal. Para<br />

isso, foi aberto um canal de negociações com o<br />

Congresso, cujo primeiro passo foi o compromisso<br />

da maioria governamental de apoiar a emenda<br />

do deputado Lúcio Bittencourt (PTB-MG), que<br />

Em junho de 1953 o projeto retornou à Câmara<br />

dos Deputados com 32 emendas, algumas delas<br />

permitindo, inclusive, o completo controle da<br />

Petrobras por capitais privados nacionais e estrangeiros.<br />

Todas elas, porém, foram derrubadas<br />

na Câmara, ficando o projeto praticamente com<br />

as mesmas características com que fora enviado<br />

ao Senado. Em 21 de setembro de 1953, a Câmara<br />

dos Deputados aprovou o projeto em sua redação<br />

definitiva.<br />

Assim, em 3 de outubro de 1953, Vargas sancionou<br />

a Lei nº 2.004 que criava a Petróleo Brasileiro<br />

S.A. – Petrobras, empresa de propriedade e<br />

controle totalmente nacionais, com participação<br />

majoritária da União, a quem cabia explorar, em<br />

caráter monopolista, diretamente ou através de<br />

subsidiárias, todas as etapas da indústria petrolífera,<br />

menos a distribuição.

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