PETRÓLEO E ESTADO
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Capítulo 9 - O petróleo é nosso! 109<br />
Refinaria de Mataripe<br />
Desde 1945, antes da liberação dos recursos do<br />
Plano Salte, o CNP estudava a instalação de uma<br />
refinaria na Bahia, com uma capacidade inicial de<br />
2.500 barris por dia. Até então, duas pequenas<br />
refinarias haviam funcionado no Recôncavo em<br />
caráter experimental: a de Aratu e a de Candeias.<br />
Havia urgência no empreendimento. A importação<br />
de derivados de petróleo aumentava a cada<br />
ano, chegando em 1948 a representar 44% do valor<br />
de todas as matérias-primas importadas pelo<br />
Brasil. 185 A importação de petróleo bruto custava<br />
ao País o mesmo que se conseguia arrecadar com<br />
toda a exportação de café: 200 milhões de dólares,<br />
em 1950. 186<br />
de construção e montagem que couberam à sua<br />
subsidiária Kellog Pan American Corporation. O<br />
contrato, assinado em novembro de 1947, previa<br />
que a unidade estaria pronta em 18 meses, a<br />
um custo global orçado em cerca de 2 milhões<br />
de dólares. Em virtude da alta dos preços dos<br />
materiais nos Estados Unidos, o custo da instalação<br />
aumentou para 2,9 milhões de dólares.<br />
A refinaria começou a operar oficialmente em<br />
17 de setembro de 1950 e, com ela, a produção<br />
de óleo bruto dos campos da Bahia atingiu um<br />
caráter efetivamente industrial. 189 Em dezembro<br />
desse mesmo ano, foi assinado um novo contrato<br />
com a M. W. Kellog Co., desta vez para a construção<br />
de uma nova unidade, já voltada para a<br />
ampliação da sua capacidade de processamento.<br />
Memória Petrobras<br />
A Refinaria Nacional de Petróleo S.A., criada pelo<br />
Governo Federal em 1946, 187 seria uma sociedade<br />
de economia mista. A participação estatal, limitada<br />
a 50%, após alguns anos de operação deveria ser<br />
transferida a particulares, através da Bolsa de Valores”.<br />
188 O local escolhido para sua instalação foi Mataripe,<br />
próximo do campo petrolífero de Candeias,<br />
em vista da natureza parafínica do óleo ali produzido,<br />
que ficava pastoso à temperatura ambiente.<br />
Para sua construção foi selecionada a M. W. Kellog<br />
Co., empresa norte-americana que ficou incumbida<br />
não apenas do projeto básico e do detalhamento,<br />
mas também da compra, inspeção e expedição<br />
dos materiais e equipamentos, além dos serviços<br />
Trabalhadores resfriam tubos durante a construção da Refinaria de Mataripe, em 1950<br />
185. MATTOS, Wilson Roberto de. et al. Uma luz na noite do Brasil: 50 anos de história da Refinaria Landulpho Alves, 1950-2000. Salvador:<br />
Solisluna, 2000, p. 42.<br />
186. MATTOS, Wilson, 2000, p. 42, 222.<br />
187. BRASIL. Decreto nº 9.881, de 16 de setembro de 1946. Diário Oficial da República Federativa do Brasil , Poder Executivo, Brasília, DF, 17 set. 1946.<br />
188. DIAS; QUAGLINO, 1993, p. 92.<br />
189. MATTOS, Wilson, 2000, p. 57.