Amoreiras - Permacultura para uma Aldeia
Este livro apresenta o primeiro Design de Permacultura alguma vez feito para uma aldeia histórica. É um plano geral que foi realizado para a Aldeia das Amoreiras que se localiza no concelho de Odemira, região do Alentejo, Portugal
Este livro apresenta o primeiro Design de Permacultura alguma vez feito para uma aldeia histórica. É um plano geral que foi realizado para a Aldeia das Amoreiras que se localiza no concelho de Odemira, região do Alentejo, Portugal
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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Em s<strong>uma</strong>, a <strong>Aldeia</strong> das <strong>Amoreiras</strong> tem em comum<br />
com as restantes aldeias do interior de Portugal,<br />
o facto de sofrer de um abandono da população<br />
que migra <strong>para</strong> as cidades em busca de trabalho.<br />
Portugal é um território com muita diversidade<br />
de paisagens (128 unidades de paisagem), o que<br />
potencia também <strong>uma</strong> agricultura diversificada<br />
<strong>para</strong> mercados de qualidade e/ou<br />
locais que não se enquadram facilmente no<br />
modelo económico vigente das vantagens<br />
competitivas. Onde cada país ou região se<br />
dedica a produzir a baixo custo determinado,<br />
produz com maisfacilidade, ganhando dinheiro<br />
<strong>para</strong> consumir os restantes produtos. Essa estratégia<br />
transformou o Alentejo n<strong>uma</strong> região<br />
com elevada susceptibilidade à desertificação,<br />
onde impera agora regenerar através de um<br />
esforço h<strong>uma</strong>no adicional, por ter um passado<br />
de desenvolvimento insustentável (os recursos<br />
deixados <strong>para</strong> as gerações presentes, por exemplo<br />
o solo, são inferiores aos que essas gerações<br />
de 1930 herdaram).<br />
relação com um sistema altamente burocrático e<br />
complexo em que cada agricultor <strong>para</strong> conseguir<br />
vender um produto de qualidade a um preço<br />
justo é quase obrigado a ser gestor, comercial,<br />
estratega, designer e ter <strong>uma</strong> boa rede de<br />
contactos com as cidades <strong>para</strong> a comercialização.<br />
A cultura que sobressai da presença na <strong>Aldeia</strong> das<br />
<strong>Amoreiras</strong> é <strong>uma</strong> cultura de trabalho, de respeito<br />
pelos valores tradicionais e pelo património<br />
cultural e <strong>uma</strong> cultura de proximidade à natureza.<br />
Em <strong>para</strong>lelo sente-se a ponte com a<br />
cultura televisiva, escolar e do entretenimento<br />
que aporta novos valores e comportamentos à<br />
juventude, nomeadamente o desejo de se<br />
afastar dos trabalhos rurais.<br />
A análise desta observação sugere diferentes<br />
estratégias <strong>para</strong> lidar com a realidade de um<br />
povoamento rural situado entre o montado e a<br />
serra, mas com ligação à internet e à cultura<br />
urbana que sugere novas vontades e ideias (por<br />
vezes desadequadas) de que é <strong>uma</strong> boa vida.<br />
A população <strong>Aldeia</strong> das <strong>Amoreiras</strong> tem como<br />
recursos um imenso conhecimento sobre os<br />
recursos naturais locais e tem como lacunas o<br />
baixo nível de escolaridade médio que dificulta a<br />
DIAGNÓSTICO 58