Amoreiras - Permacultura para uma Aldeia
Este livro apresenta o primeiro Design de Permacultura alguma vez feito para uma aldeia histórica. É um plano geral que foi realizado para a Aldeia das Amoreiras que se localiza no concelho de Odemira, região do Alentejo, Portugal
Este livro apresenta o primeiro Design de Permacultura alguma vez feito para uma aldeia histórica. É um plano geral que foi realizado para a Aldeia das Amoreiras que se localiza no concelho de Odemira, região do Alentejo, Portugal
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REFLEXÃO SOBRE<br />
A ELABORAÇÃO<br />
DE UM PROJECTO<br />
DE PERMACULTURA<br />
PARA UMA ALDEIA<br />
Concebemos a aldeia sustentável como um<br />
sistema ecológico e sociocultural, com <strong>uma</strong><br />
história e cultura, amadurecida ao longo de centenas<br />
de anos, em que foi aprofundada <strong>uma</strong> relação<br />
entre a cultura e o potencial do ambiente<br />
natural específico. E incluimos na aldeia a sua<br />
paisagem envolvente que a sustenta.<br />
Neste contexto os desafios surgem associados a<br />
duas abordagens estratégicas:<br />
• Valorizar e melhorar o que “já existe”;<br />
• Criar novos elementos multi-funcionais que<br />
desempenhem as funções necessárias no cenário<br />
ideal.<br />
As perguntas são:<br />
Como criar mais sinergia, cooperação e aprendizagem<br />
entre as pessoas, usando os processos e<br />
elementos que já existem no sistema <strong>para</strong> servir<br />
as necessidades psicológicas, culturais, sociais e<br />
ecológicas da aldeia e do meio envolvente?<br />
Como tornar os elementos e processos existentes<br />
mais multi-funcionais, ou seja, capazes de cumprir<br />
mais funções, de atingir mais objectivos<br />
ou satisfazer mais necessidades psicológicas,<br />
culturais, sociais e ecológicas?<br />
Como criar novas ligações funcionais entre<br />
elementos do sistema e elementos do exterior<br />
(pessoas, mercados, escolas, empresas,<br />
instituições), <strong>para</strong> valorizar os recursos e minimizar<br />
a importação e aumentar a circulação interna<br />
e regional de fluxos?<br />
Ambas as abordagens convergem num plano<br />
geral que pode implicar integração de novas<br />
pessoas, saberes, experiências, valores, processos<br />
e recursos.<br />
Mas quem irá impulsionar esta dinâmica<br />
de valorização, criação, partilha, renovação,<br />
troca, formação, participação, organização,<br />
integração, planeamento, implementação,<br />
monitorização, avaliação?<br />
Se num projecto de <strong>Permacultura</strong> <strong>para</strong> <strong>uma</strong> quinta<br />
ou herdade, quem implementa são os seus<br />
donos e os seus trabalhadores, n<strong>uma</strong> aldeia,<br />
quem implementa o plano é a sua população, a<br />
administração pública, as associações locais, as<br />
empresas, as famílias.<br />
Assim, o principal desafio de um projecto de<br />
<strong>Permacultura</strong> <strong>para</strong> <strong>uma</strong> aldeia é pensar como<br />
envolver estes agentes, <strong>para</strong> que o plano seja<br />
considerado nos momentos de planeamento e<br />
discussão de soluções <strong>para</strong> os desafios de cada<br />
um dos sectores ou subsistemas da aldeia.<br />
Idealmente e como ponto de partida, todas as<br />
pessoas com influência na aldeia e sua paisagem<br />
envolvente deveriam ler as propostas do<br />
plano geral de <strong>Permacultura</strong>. Exemplo: junta de<br />
freguesia, assembleia de freguesia, vereadores<br />
do município, empresas locais, proprietários<br />
florestais, associações locais e habitantes da<br />
aldeia.<br />
Convencionalmente, quem apresenta as<br />
propostas e visão <strong>para</strong> a gestão do bem comum<br />
e espaços públicos, são as listas e partidos candidatos<br />
ao poder, leia-se administração pública.<br />
INTRODUÇÃO 17