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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 2 • 91<br />

liciosos e invejosos. Não só isso, mas disseminam a perversa calúnia<br />

de que somos letais inimigos da honra da santa Virgem, como se ela<br />

não possuísse ainda todas as honras que lhe são devidas, a menos<br />

que ela se converta em deusa; como se devesse tratá-la com respeito,<br />

adornando-a com títulos sacrílegos e pondo-a em lugar de Cristo! Portanto,<br />

são os próprios papistas que fazem a Maria uma cruel injúria<br />

quando, a fim de desfigurá-la com falsos louvores, arrebatam de Deus<br />

o que lhe pertence.<br />

Minha hora ainda não chegou. Significa que ele até então nada<br />

fizera não por displicência ou indolência, e ao mesmo tempo insinua<br />

que ele cuidaria do problema quando o tempo oportuno chegasse.<br />

Como ele reprova sua mãe por pressa imponderada, assim, em contrapartida<br />

apresenta-lhe motivo para esperar um milagre. A santa Virgem<br />

reconhece ambas essas intenções, pois desistiu de pressioná-lo. E, ao<br />

aconselhar os servos que fizessem tudo quanto ele mandasse, com isso<br />

ela demonstra que agora ela está à espera de algo. Esta lição, porém,<br />

tem uma aplicação ainda mais ampla: sempre que o Senhor nos mantém<br />

em suspenso e retarda seu socorro, não significa que ele esteja inativo,<br />

mas, ao contrário, que regula suas operações de tal modo que só age no<br />

tempo determinado. Os que têm aplicado esta passagem com o intuito<br />

de provar que o tempo dos eventos é designado pelo Destino são ridículos<br />

demais para que mereçam sequer uma que os refute.<br />

A hora de Cristo às vezes significa a hora que lhe foi designada<br />

pelo Pai; e mais tarde ele chama seu tempo o que era conveniente e<br />

oportuno para a concretização dos mandamentos do Pai. Aqui, porém,<br />

ele reivindica o direito de dispor e decidir o tempo de trabalhar e exibir<br />

seu poder divino. 3<br />

5. Sua mãe disse aos servos. Aqui a santa Virgem dá um notável<br />

exemplo da genuína obediência que ela devia a seu Filho, 4 quando a<br />

questão relacionada era não os deveres humanitários, mas de seu divino<br />

poder. Portanto, ela modestamente aquiesce à resposta de Cristo e<br />

3 “De bonongner et desployer sa virtue Divine.”<br />

4 “a son Fils.”

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