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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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88 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

mais adiante, haja outras razões que incitam a nossa atenção. Mas sua<br />

multiforme utilidade será demonstrada quando avançarmos mais. O<br />

Evangelista, antes de tudo, denomina o lugar – Caná da Galileia. Não<br />

aquela situada nas proximidades de Sarepta, entre Tiro e Sidom, e<br />

chamada “a maior”, em comparação com a outra Caná, a qual alguns<br />

situam na província da tribo de Zebulom e outros a designam como<br />

pertencente à tribo de Aser. Porque Jerônimo também declara que<br />

ainda em seu tempo existia uma cidadezinha com esse nome. É provável<br />

que seja aquela que ficava nas proximidades da cidade de Nazaré,<br />

visto que a mãe de Jesus pôde atender ao casamento. No capítulo 4<br />

se verá que ela ficava cerca de um dia de viagem de Cafarnaum. Sua<br />

proximidade à cidade de Betsaida pode também inferir-se do fato de<br />

que o Evangelista nos informa que o casamento foi celebrado três dias<br />

depois de Cristo haver estado naquele distrito. É possível que houvesse<br />

também uma terceira Caná, não muito longe de Jerusalém, ainda<br />

que fora da Galileia; contudo deixo essa questão em aberto, porquanto<br />

não tenho como saber.<br />

E a mãe de Jesus estava ali. É bem provável que fosse algum parente<br />

de Cristo que se casava, porque este é mencionado como tendo<br />

acompanhado sua mãe. À luz do fato de que os discípulos foram também<br />

convidados, podemos deduzir quão simples e modesto era seu<br />

modo de viver, já que vivia em comum com eles. Pode-se concluir ser<br />

algo incongruente que alguém, de forma alguma rico ou possuidor de<br />

certos recursos (como se fará evidente pela falta de vinho), convide<br />

outros quatro ou cinco por causa de Cristo. Mas os pobres são mais<br />

prontos e mais francos em seus convites; pois, ao contrário dos ricos,<br />

eles não temem ser humilhados caso não consigam tratar seus convidados<br />

de forma suntuosa e magnificente. O pobre é quem conserva o<br />

antiquado costume da mútua hospitalidade.<br />

Além disso, pode parecer descortês que o noivo deixasse seus<br />

convivas sem vinho em meio ao jantar. Porquanto não passa de irresponsável<br />

aquele que não provê sua festa de quantidade suficiente de<br />

vinho. Respondo que, o que é relatado aqui, às vezes sucede, especial-

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