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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 1 • 65<br />

completa não está expressa aqui; pois o batismo espiritual de Cristo<br />

não é distintamente contrastado com o batismo externo de <strong>João</strong>, senão<br />

que a última sentença sobre o batismo do Espírito pode muito<br />

bem ser adicionada. Aliás, logo depois o Evangelista registra ambos.<br />

Há duas ênfases nesta resposta: primeiramente, <strong>João</strong> nada reivindica<br />

além do que lhe é por direito, pois o autor de seu batismo é Cristo,<br />

em quem consiste a realidade do sinal. Em segundo lugar, ele não faz<br />

mais que administrar o sinal externo, enquanto que todo o poder e eficácia<br />

estão exclusivamente nas mãos de Cristo. Portanto, ele defende<br />

seu batismo, ainda que sua realidade dependa de outro. Mas, embora<br />

ele deixe de mencionar o poder do Espírito, contudo exalta a dignidade<br />

de Cristo, a fim de que todos olhem somente para ele. Eis a mais<br />

elevada e melhor moderação regulamentada: quando ele toma por empréstimo<br />

de Cristo a autoridade que ele reivindica para si, dizendo que<br />

o crédito é todo de Cristo mesmo, atribuindo-lhe tudo quanto possui.<br />

Entretanto, é um louco equívoco supor alguém ser o batismo<br />

de <strong>João</strong> diferente do nosso. <strong>João</strong> não está aqui argumentando sobre<br />

a utilidade e conveniência de seu batismo, mas está simplesmente<br />

comparando seu papel com o de Cristo. Assim como hoje, se formos<br />

indagados sobre qual é nossa participação no batismo e qual é a de<br />

Cristo, teremos que reconhecer que unicamente Cristo é quem realiza<br />

o que o batismo representa, e que outra participação não temos<br />

senão a mera administração do sinal. A Escritura fala dos Sacramentos<br />

de duas maneiras. Às vezes, ela nos diz que são “a lavagem de<br />

regeneração” [Tt 3.5], que ali nossos pecados são lavados [1Pe 3.21],<br />

que somos enxertados no corpo de Cristo, que nosso velho homem<br />

é crucificado e que ressuscitamos em novidade de vida [Rm 6.4-6]. E,<br />

nesses exemplos, ela une o poder de Cristo com o ministério humano,<br />

de modo que o ministro nada é senão a mão de Cristo. Tais formas de<br />

expressão revelam, não o que o homem pode realizar por si mesmo,<br />

mas o que Cristo efetua por meio do homem e do sinal como seus<br />

instrumentos. Visto, porém, que os homens tendem a cair em superstição,<br />

e movidos por seu inerente orgulho arrebatam de Deus a honra

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