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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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496 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Mas longe de nós ter aquele gênero de obediência que nos leva a<br />

horrível apostasia pela negação do Filho de Deus. Com a mesma voz<br />

Caifás blasfema e também profetiza. Aqueles que seguem sua sugestão<br />

desprezam a profecia e adotam a blasfêmia. Devemos guardar-nos<br />

para que não nos suceda a mesma coisa, caso demos ouvidos ao Caifás<br />

de Roma, pois de outro modo a comparação seria defectiva. Além<br />

disso, pergunto: Devemos concluir que, só porque Caifás uma vez<br />

profetizou, cada palavra pronunciada pelo sumo sacerdote é sempre<br />

uma profecia? Mas logo depois Caifás condenou como blasfêmia [Mt<br />

26.65] o mais importante artigo de nossa fé. Daí concluirmos que, o<br />

que o evangelista ora relata era uma ocorrência extraordinária, e que<br />

seria estultícia evocá-la como um exemplo.<br />

Que Jesus morreria. Primeiramente, o evangelista mostra que a<br />

totalidade de nossa salvação consiste nisto: que Cristo nos congregaria<br />

em um, pois dessa forma ele nos reconcilia com o Pai, em quem está<br />

a fonte da vida [Sl 86.9]. Daí também inferirmos que a raça humana<br />

está dispersa e alienada de Deus até que os filhos de Deus sejam congregados<br />

sob Cristo sua Cabeça. E assim a comunhão dos santos é a<br />

preparação para a vida eterna, porque todos a quem Cristo não une<br />

ao Pai permanecem na morte, como veremos outra vez no capítulo 17.<br />

Pela mesma razão Paulo também ensina que Cristo foi enviado a fim de<br />

fazer convergir nele todas as coisas que estão no céu e na terra [Ef 1.10].<br />

Por essa razão, para podermos desfrutar da salvação produzida por<br />

Cristo, deve-se remover a discórdia e temos de ser feitos um com Deus<br />

e com os anjos, e entre nós mesmos. A causa e penhor dessa unidade<br />

estavam na morte de Cristo, por meio da qual ele fez convergir todas<br />

as coisas a si, porém estamos sendo diariamente congregados pelo<br />

evangelho no redil de Cristo.<br />

52. E não só por essa nação. A intenção do evangelista é dizer que<br />

a reconciliação efetuada por Cristo também se estende aos gentios.<br />

Mas como é possível que aqueles que, em decorrência de sua ampla<br />

dispersão e peregrinação, sejam inimigos de Deus, sejam aqui chamados<br />

filhos de Deus? Eis minha resposta: Como já dissemos, Deus tinha

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