06.10.2015 Views

Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 11 • 487<br />

acomodando-se à capacidade dos homens, ele uma vez proclama publicamente<br />

sua Deidade e reivindica para si tudo quanto pertence<br />

a Deus, e outra vez se contenta em manter o caráter humano, rendendo<br />

ao Pai toda a glória da Deidade. Aqui ambos os fatores são<br />

admiravelmente mantidos juntos pelo evangelista em uma palavra,<br />

quando diz que o Pai ouviu a Cristo, mas este dá graças, para que os<br />

homens saibam que ele foi enviado pelo Pai, isto é, para que reconheçam<br />

ser ele o Filho de Deus. Não sendo possível que majestade<br />

de Cristo fosse percebida em sua verdadeira sublimidade, o poder<br />

de Deus, que transparece em sua carne, gradualmente traz a lume os<br />

sentidos grosseiros e entorpecidos dos homens. Porque, visto que<br />

ele tencionava ser totalmente nosso, não devemos admirar-nos se ele<br />

se acomoda a nossa capacidade de várias maneiras, e visto que ele<br />

ainda permitir ser esvaziado [Fp 2.7] em nosso favor, não há absurdo<br />

algum em dizer-se que ele se avilta por nossa causa.<br />

42. E eu sei que tu sempre me ouves. Esta é uma antecipação<br />

para que alguém não concluísse que ele não desfrutasse de tão elevado<br />

favor com o Pai, ao ponto de ser capaz de realizar tantos milagres<br />

como bem quisesse. Portanto, sua intenção é que há tão profunda<br />

harmonia entre ele e o Pai, que este nada lhe recusa, e mesmo porque<br />

ele não tinha necessidade de orar, visto só executar o que sabia<br />

ter sido ordenado pelo Pai, mas a fim de os homens se assegurarem<br />

mais plenamente de que esta é uma obra verdadeiramente divina,<br />

por essa razão ele invocava o nome do Pai. É possível que suscite<br />

a seguinte objeção: Por que, pois, ele não ressuscitou dos mortos a<br />

todos? A resposta é fácil. Certo limite fixo foi pelo propósito de Deus<br />

designado aos milagres, até onde ele sabia ser suficiente para confirmar<br />

o evangelho.<br />

43. Ele clamou em alta voz. Ao não tocar com sua mão, mas<br />

apenas clamar com sua voz, seu divino poder é mais plenamente<br />

demonstrado. Ao mesmo tempo, ele põe em relevo diante de nós o<br />

eficácia secreta e tremenda de sua palavra. Porque, como Cristo restaurou<br />

a vida aos mortos senão por meio de sua palavra? E portanto,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!