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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 11 • 485<br />

mais foi dito a Marta além do que <strong>João</strong> literalmente relatou, ainda que,<br />

como já sugeri, isso mesmo fosse insinuado por Cristo, quando se<br />

autodenominou de a ressurreição e a vida. Portanto, Marta é envergonhada<br />

por não haver esperado pela obra divina.<br />

Se creres. Isso é expresso não só porque a fé abre nossos olhos a<br />

fim de podermos contemplar o poder de Deus luzindo em suas obras,<br />

mas porque nossa fé prepara o caminho para o poder, mercê e bondade<br />

de Deus, para que se exibam ante nossos olhos, como está escrito:<br />

Abre bem tua boa, e eu a encherei [Sl 81.10]. De igual modo, a incredulidade,<br />

em contrapartida, impede Deus de aproximar-se de nós, e,<br />

por assim dizer, com isso mantém suas mãos fechadas. É por isso que<br />

lemos em outra parte que Jesus não pôde realizar ali qualquer milagre,<br />

por causa da incredulidade eles [Mt 13.58]. Não que o poder de Deus<br />

seja obstado pelo capricho humano, mas porque, quanto está no poder<br />

do homem, sua malícia se opõe ao exercício desse poder, e por<br />

isso não mereciam que ele se manifestasse a seu favor. Aliás, frequentemente<br />

Deus suplanta tais obstáculos, não obstante, sempre que ele<br />

esquiva sua mão para não dar assistência aos incrédulos, isso é feito<br />

porque, encerrados dentro dos tacanhos limites de sua incredulidade,<br />

não permitem que a mesma entre em ação.<br />

Tu verás a glória de Deus. Observe que um milagre é chamado a<br />

glória de Deus, porque este, exibindo nele o poder de sua mão, glorifica<br />

seu Nome. Marta, porém, agora satisfeita com a segunda declaração de<br />

Cristo, permite que a pedra seja removida. Visto que ainda nada vê, porém,<br />

dando ouvidos ao Filho de Deus, não sem boas razões, emite essa<br />

ordem, ela de bom grado confia exclusivamente na autoridade dele.<br />

41. E Jesus novamente ergueu seus olhos. Esse era o emblema<br />

de uma mente plenamente preparada para a oração, pois antes que<br />

alguém invoque a Deus corretamente, o mesmo deve pôr-se em comunicação<br />

com ele, e isso só pode ser feito quando, elevado acima da<br />

terra, ele ascenda ao próprio céu. Aliás, isso não se faz com os olhos,<br />

pois os hipócritas, que se encontram mergulhados no mais profundo<br />

lamaçal de sua carne, parecem atrair o céu a si com seu aspecto ex-

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