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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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476 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Paulo é um excelente intérprete desta passagem [Ef 2.5, 5.8]. Ora,<br />

longe com aqueles que ociosamente falam que os homens estão<br />

preparados para receber a graça de Deus pelo impulso da natureza.<br />

Bem que poderiam dizer que os mortos andam. Pois para que os<br />

homens vivam e respirem, e sejam dotados com sentimento, entendimento<br />

e vontade, tudo isso tende para sua destruição, porque<br />

não há parte ou faculdade da alma que não seja corrompida e desviada<br />

do caminho reto. É assim que a morte por toda parte mantém<br />

domínio, pois a morte da alma nada mais é do que ser ela alienada e<br />

afastada de Deus. 9 Consequentemente, aqueles que creem em Cristo,<br />

ainda que estivessem anteriormente mortos, começam a viver,<br />

porque a fé é a ressurreição espiritual da alma, e, por assim dizer,<br />

anima a própria alma para que viva para Deus, em conformidade<br />

com aquela passagem: “Os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e<br />

os que a ouvem viverão” [Jo 5.25]. Eis verdadeiramente um extraordinário<br />

enaltecimento da fé, isto é: que ela nos comunica a vida de<br />

Cristo, e assim nos livra da morte.<br />

26. E quem vive e crê em mim. Esta é a exposição da segunda<br />

parte da sentença: Cristo é a vida, e ele é a vida porque jamais permite<br />

que a vida que uma vez outorgou se perca, mas que a preserva até o<br />

fim. Porque, visto que a carne é tão frágil, o que seria do ser humano<br />

se, depois de haver obtido a vida, em seguida fosse entregue a si próprio?<br />

A perpetuidade da vida deve, pois, fundamentar-se no poder de<br />

Cristo mesmo, para que ele complete o que havia começado.<br />

Jamais morrerá. A razão por que se declara que os crentes jamais<br />

morrem é que suas almas, nascendo de semente incorruptível<br />

[1Pe 1.23], tem Cristo habitando nelas, de quem elas derivam perpétuo<br />

vigor, pois, ainda que o corpo se sujeite à morte em decorrência do<br />

pecado, todavia o espírito é vida por causa da justiça [Rm 8.10]. Que<br />

o homem exterior diariamente se deteriora está tão longe de tirar algo<br />

de sua verdadeiramente, que ela ajuda no progresso dele, porque o ho-<br />

9 “N’est autre chose qu’estre estrangé et detourné de Dieu”.

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