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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 10 • 451<br />

municasse sua intenção indiretamente e com rodeios. E assim acusam<br />

sua doutrina de ser obscura, a qual, ao contrário, era sobejamente<br />

clara e distinta, caso a quisessem ouvir sem ouvidos moucos. Ora, esta<br />

história nos adverte que não poderemos evitar os artifícios e calúnias<br />

dos homens maus, se formos chamados a proclamar o evangelho. Por<br />

essa razão, devemos pôr-nos em vigilância e não sermos surpreendidos<br />

com essas coisas como se fossem novidades, quando o mesmo<br />

nos suceder tal como se deu com nosso Mestre.<br />

25. Eu já vos disse. Nosso Senhor Jesus 18 nunca ocultara ser ele o<br />

Cristo, e no entanto não os instrui como se quisessem de bom grado<br />

aprender, mas, ao contrário, os censura de obstinada malícia, porque,<br />

embora tivessem aprendido por meio da palavra e das obras de Deus,<br />

contudo não faziam qualquer progresso. Por conseguinte, ele os culpa<br />

pelo erro de não o haver conhecido, como se quisesse dizer: “Minha<br />

doutrina é sobejamente fácil de ser assimilada, porém a culpa está em<br />

vós mesmos, porque maliciosamente resistis a Deus”.<br />

As obras que eu faço. Ele fala de suas obras com o fim de convencê-los<br />

de serem duplamente obstinados. Porque, além da doutrina,<br />

eles tinham um notável testemunho em seus milagres, se não fossem<br />

tão ingratos para com Deus. Ele reitera duas vezes as palavras: Vós não<br />

credes, a fim de provar que, de comum acordo, eram surdos em relação<br />

à doutrina e cegos em relação às obras, o que era prova de extrema<br />

e desatinada malícia. Ele afirma que realizou as obras no nome de seu<br />

Pai, porque seu objetivo era testificar do poder de Deus nelas, por<br />

meio das quais fosse publicamente declarado que ele viera de Deus.<br />

26. Porque não sois de minhas ovelhas. Ele assinala uma razão<br />

suprema por que não criam em seus milagres e nem em sua doutrina.<br />

É porque são réprobos. Devemos aqui observar o propósito de Cristo.<br />

Pois uma vez que se vangloriavam de ser a Igreja de Deus, para que<br />

sua incredulidade nada detraísse da autoridade do evangelho, ele afirma<br />

que o dom de crer é uma dádiva especial. E de fato, antes que os<br />

18 “Nostre Seigneur Jesus”.

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