06.10.2015 Views

Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 1 • 41<br />

clareza que não viera por sua própria causa. Portanto, <strong>João</strong> Batista carecia<br />

muito pouco da enfática recomendação do Evangelista, dizendo<br />

que ele não era a luz, no caso de um imoderado esplendor a ele atribuído<br />

viesse a ofuscar a glória de Cristo.<br />

8. Ele não era a luz. <strong>João</strong> estava tão longe de depender de recomendação,<br />

que o Evangelista formula esta advertência para que seu<br />

excessivo fulgor não obscurecesse a glória de Cristo. Pois alguns se<br />

apegaram a ele de uma forma tão extremada, que chegaram ao ponto<br />

de negligenciar a Cristo. Justamente como a pessoa que, fascinada pela<br />

luz da aurora, não se digna de olhar para o sol. Agora, podemos examinar<br />

que sentido o Evangelista atribui à palavra luz. Todos os santos<br />

são “luz no Senhor” [Ef 5.8] no sentido em que, iluminados pelo Espírito<br />

Santo, não só são vistos, mas também, por meio de seu exemplo,<br />

dirigem outros no caminho da salvação. Os apóstolos são chamados<br />

luz [Mt 5.14] porque são os castiçais especiais do evangelho, dispersando<br />

as trevas do mundo. Mas aqui o Evangelista está discutindo a<br />

única e eterna fonte de iluminação, como demonstra imediatamente a<br />

seguir de maneira sobejamente clara.<br />

9. A verdadeira luz. O intuito do Evangelista não era contrastar a<br />

verdadeira luz com a falsa; ele queria distinguir Cristo de todas as demais<br />

pessoas, para que alguém não chegasse à conclusão de que a luz<br />

que ele possuía era a luz comum que possuem os anjos e os homens.<br />

A diferença consiste em que a luz celestial e a terrena procedem de<br />

um único esplendor. Cristo, porém, é a luz, irradiando-a de si mesmo e<br />

através de si mesmo, e com isso lançando seus fulgurantes raios sobre<br />

o mundo inteiro. A fonte ou causa de seu esplendor não se encontra<br />

em qualquer outro lugar. É por isso que o Evangelista o chama a verdadeira<br />

luz, uma vez que sua natureza é intrinsecamente a plena luz.<br />

A qual ilumina a todo homem. O Evangelista põe esse fator em<br />

relevo a fim de aprendermos que Cristo é a luz a partir do efeito que<br />

cada um de nós sente em si próprio. Ele poderia ter adicionado mais<br />

sutileza em seu argumento, dizendo: uma vez que Cristo é a luz eterna,<br />

ele possui um esplendor inerente, não derivado. Mas, em vez disso,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!