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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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416 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Dá glória a Deus. Ainda que este juramento esteja associado ao<br />

que se conecta com a presente causa, ou seja, que o cego não deveria<br />

obscurecer a glória de Deus, atribuindo ao homem o benefício que<br />

havia recebido, contudo concordo mais com aqueles que acreditam<br />

haver aqui uma forma solene que costumavam empregar quando se<br />

administrava um juramento a alguma pessoa. Pois nessas mesmas<br />

palavras quando Josué faz Acã jurar, ao desejar extrair dele uma confissão<br />

veraz de haver se apossado de coisa sob anátema [Js 7.19]. Com<br />

essas palavras eles o lembram de que nenhum leve insulto se oferece<br />

a Deus quando alguém, em seu nome, pratica falsidade. Aliás, sempre<br />

que somos chamados a jurar, devemos ter em mente esse prefácio, de<br />

modo que a verdade não seja menos sublimemente valorizada por nós<br />

do que a própria glória de Deus. Se isso fosse feito, a sacralidade de um<br />

juramento seria considerada por um prisma muito diferente. Ora, visto<br />

que a maioria dos homens – não considerando que estão negando a<br />

Deus quando invocam seu Nome para solidificar uma falsidade – temerária<br />

e ousadamente se precipitam a jurar, a consequência é que<br />

cada lugar se enche de perjúrios. Entrementes, notamos como os hipócritas,<br />

embora pretendam cultivar a maior reverência por Deus, são<br />

culpados não só de hipocrisia, mas também de insolente zombaria,<br />

pois ao mesmo tempo expressam o desejo de que o cego impiamente<br />

jure de acordo com a diretriz deles, com franco desdém a Deus. E assim<br />

Deus é arrastado a amenizar seus perversos desígnios, quaisquer<br />

que sejam as tentativas que façam para dar-lhes uma aparência plausível<br />

ou para ocultá-los com pretextos hipócritas.<br />

25. Se ele é pecador, eu não sei. Aparentemente, o cego não se<br />

sentiu totalmente refreado pelo medo de apresentar um testemunho<br />

sincero e franco. Pois não há razão para se crer que nutrisse alguma<br />

dúvida acerca de Cristo, como suas palavras parecem subentender,<br />

no entanto prefiro antes crer que ele falou em termos irônicos, com o<br />

fim de feri-los ainda mais profundamente. Ele já havia confessado que<br />

Cristo era Profeta [v. 17]. Percebendo que ele nada lucra agindo assim,<br />

então suspende seu juízo sobre a pessoa e realça o fato propriamente

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