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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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400 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

sai para sua obra e seu trabalho, até a noite [Sl 104.22, 23]. Ele, pois,<br />

emprega a palavra dia para denotar o tempo que o Pai fixou, durante o<br />

qual ele deve concluir a obra que lhe fora designada. Da mesma forma<br />

como cada ser humano que foi chamado para algum ofício público<br />

deve empregar-se no que pode chamar-se sua tarefa diária, a realizar<br />

o que demanda a natureza de seu ofício. Daqui devemos também deduzir<br />

uma norma universal, a saber, que a cada ser humano o curso<br />

de sua vida pode chamar-se seu dia. Portanto, como a curta duração<br />

da luz deve incitar os trabalhadores à indústria e labuta, para que as<br />

trevas da noite não os surpreendam, antes que seus exercícios tenham<br />

um bom começo, assim, quando notamos que um breve período da<br />

vida nos é concedido devemos, devemos envergonhar-nos de nossa<br />

languidez e ociosidade. Em suma, tão logo Deus nos ilumina com seu<br />

chamamento, não devemos permitir qualquer delonga, para que não<br />

se perca a oportunidade.<br />

5. Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo. Considero<br />

isso como um acréscimo à guisa de antecipação, pois é possível que se<br />

ache estranho que Cristo fale de seu tempo de trabalhar como sendo<br />

limitado, como se houvesse o risco de que a noite lhe chegasse de surpresa,<br />

como ocorre com os demais homens. E assim, enquanto faz uma<br />

distinção entre si e os demais, contudo diz que seu tempo de trabalhar<br />

é limitado. Pois ele se compara ao sol que, embora ilumine toda a terra<br />

com seu brilho, não obstante, quando se põe, o dia também se vai com<br />

ele. E assim ele declara que sua morte se assemelhará ao pôr-do-sol,<br />

não que sua morte extinga ou obscureça sua luz, mas que ela subtrai<br />

de si a visão do mundo. Ao mesmo tempo, ele mostra que, quando se<br />

manifestou na carne, esse foi realmente o tempo da luz diurna do mundo.<br />

Pois embora Deus propiciou luz a todas as eras, contudo Cristo,<br />

com sua vinda, difundiu um novo e inusitado esplendor. Daí inferir ele<br />

que esse era um tempo excessivamente adequado e próprio, e que se<br />

poderia dizer dele ser um dia muito radiante para ilustrar a glória de<br />

Deus, quando Deus pretendia fazer a mais extraordinária exibição de<br />

si mesmo em suas obras maravilhosas.

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