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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 9 • 399<br />

soa, pois onde a graça do Espírito está ausente, como diz o provérbio, 4<br />

de aves daninhas só pode provir ovos ruins. Isso propiciou aos apóstolos<br />

dúvida se o Senhor castigava no filho algum crime de seus pais.<br />

3. Este não pecou, nem seus pais. Cristo absolutamente não diz<br />

que o cego, e seus pais, estavam isentos de toda culpa, mas declara<br />

que não devemos buscar no pecado a causa da cegueira. E isto é o<br />

que já dissemos, ou seja: que Deus às vezes tem outro objetivo em vista<br />

além de castigar os pecados humanos, quando lhes envia aflições.<br />

Consequentemente, quando as causas das aflições são secretas, devemos<br />

restringir a curiosidade, para que não desonremos a Deus nem<br />

sejamos maliciosos para com nossos irmãos. Portanto, Cristo assinala<br />

outra razão. Este homem, diz ele, nasceu cego<br />

Para que as obras de Deus se manifestassem nele. Ele não usa<br />

o singular, obra, mas o plural, obras, porque, no que diz respeito a ser<br />

cego, fora exibida nele uma prova da severidade de Deus, da qual outros<br />

pudessem aprender a temer e a humilhar-se. Ela foi seguida pelo benefício<br />

de sua cura e livramento, 5 nos quais a espantosa benevolência<br />

divina foi extraordinariamente exibida. Assim, pois, Cristo tencionava,<br />

com essas palavras, exercitar em seus discípulos a expectativa de um<br />

milagre, ao mesmo tempo, porém, os lembra, de uma maneira geral,<br />

que isso seria sobejamente exibido no teatro do mundo, como sendo a<br />

causa genuína e legítima, quando Deus glorifica seu nome. Tampouco<br />

têm os homens algum direito de queixar-se de Deus quando ele os faz<br />

os instrumentos de sua glória de ambas as formas, quer se revelando<br />

como misericordioso ou como severo.<br />

4. Devo realizar as obras daquele que me enviou. Ele agora testifica<br />

que fora enviado com o propósito de manifestar a bondade de<br />

Deus em outorgar vista ao cego. Ele também tomou por empréstimo<br />

uma comparação do costume ordinário do cotidiano, pois quando o<br />

sol se levanta, o homem também se levanta para os labores, porém a<br />

noite é concedida para o repouso, como se diz: Nasce o sol... o homem<br />

4 “Comme dit le proverbe”.<br />

5 “De sa guairison et delivrance”.

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