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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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390 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

[8.56-59]<br />

Vosso pai Abraão exultou quando viu meu dia, ele o viu e se<br />

regozijou. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta<br />

anos, e viste a Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade,<br />

em verdade eu vos digo: Antes que Abraão existisse, eu sou.<br />

Então apanharam pedras para atirar nele, Jesus, porém, se<br />

ocultou, e se retirou do templo.<br />

56. Vosso pai Abraão. Ele lhes concede, apenas em palavras, o<br />

que previamente tirara deles, a saber, que Abraão é o pai deles. Mostra,<br />

porém, quão fútil é a objeção extraída do nome de Abraão. “Ele<br />

não teve outro objetivo”, diz ele, “durante toda sua vida, senão ver o<br />

florescimento de meu reino. Ele aspirava por mim enquanto eu estava<br />

ausente, vós me desprezais, enquanto estou presente”. O que Cristo<br />

aqui assevera concernente só a Abraão se aplica a todos os santos.<br />

Esta doutrina, porém, tem maior peso na pessoa de Abraão, porque<br />

ele é o pai de toda a Igreja. Quem, pois, deseja ser incluído no número<br />

dos santos, então que se regozije, o quanto pode e deve, na presença<br />

de Cristo, pela qual Abraão ardentemente anelava.<br />

Exultou quando viu meu dia. O verbo exultar expressa um veemente<br />

zelo 43 e ardente afeto. Agora devemos fornecer o contraste. Ainda que<br />

o conhecimento de Cristo fosse ainda extremamente obscuro, Abraão<br />

se viu inflamado por tão forte desejo, que preferiu o desfruto dele a<br />

tudo quanto lhe parecesse desejável. Quão vil, pois, é a ingratidão dos<br />

que o desprezam e o rejeitam, quando ele lhes é claramente oferecido!<br />

O termo dia, nesta passagem, não denota eternidade (como pensava<br />

Agostinho), mas o tempo do reino de Cristo, quando ele aparecesse no<br />

mundo vestido com carne, para cumprir o ofício de Redentor.<br />

Mas agora vem a lume a pergunta: Como Abraão visualizou, mesmo<br />

com os olhos da fé, a manifestação de Cristo? Porque isso não<br />

parece harmonizar-se com outra afirmação de Cristo: Muitos reis e pro-<br />

43 “Un vehement zele”.

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