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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 8 • 381<br />

se muna de toda prudência contra suas armadilhas e, ao mesmo tempo,<br />

repila sua violência e fúria, pois ele rodeia rosnando como leão,<br />

buscando a quem possa devorar [1Pe 5.8] e tem em seu poder milhares<br />

de estratagemas para enganar. Quanto mais são os crentes supridos<br />

com armas espirituais para que possa lutar, tanto mais solicitamente<br />

devem eles se manter vigilantes e sóbrios. Ora, se Satanás não pode<br />

desfazer-se de tal disposição, não devemos ficar alarmados com isso,<br />

como se fosse uma nova e inusitada ocorrência, quando surgem erros<br />

excessivamente numerosos e variados, pois Satanás incita seus<br />

seguidores com seus vagalhões para enganar o mundo com suas imposturas.<br />

E nem precisamos sentir-nos surpresos com o fato de que<br />

Satanás faça esforços tão ingentes com o fim de extinguir a luz da verdade,<br />

pois ela é a única vida da alma. Assim, pois, a mais importante e<br />

mais mortal ferida para matar a alma é a falsidade. Como todos os que<br />

têm olhos para ver percebem, na atualidade, tal retrato do diabo no<br />

papado, devem, antes de tudo, considerar com que inimigo deflagram<br />

a guerra, e, em seguida, devem recorrer à proteção de Cristo como seu<br />

General, sob cuja bandeira deve lutar.<br />

Porque nele não há verdade. Esta afirmação, que imediatamente<br />

segue a outra, é uma confirmação a posteriori, como a frase é, ou seja,<br />

é extraída do efeito. Pois Satanás odeia a verdade, e por isso não pode<br />

suportá-la, senão que, ao contrário, jaz inteiramente coberto de falsidades.<br />

Daí Cristo inferir que ele é inteiramente apostatado da verdade<br />

e alienado dela. Não nos maravilhemos, pois, se ele diariamente exibe<br />

os frutos de sua apostasia.<br />

Quando ele fala falsidade. Estas palavras geralmente são explicadas<br />

como se Cristo afirmasse que a culpa da falsidade não pertence<br />

a Deus, que é o Autor da natureza, senão que, ao contrário, procede<br />

da corrupção. Quanto a mim, porém, a explico de uma forma mais simples,<br />

a saber, que é costumeiro no diabo falar falsidade, e que ele nada<br />

mais conhece senão engendrar corrupções, fraudes e ilusões. E, no<br />

entanto, com razão inferimos dessas palavras que no diabo este vício<br />

é inerente, e que, embora lhe seja peculiar, pode-se dizer também que

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