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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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380 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Pai, e assim, em contrapartida, lemos que o diabo é o pai daqueles<br />

cujo entendimento ele cega, cujos corações ele move a cometer toda<br />

injustiça e em quem, em suma, ele age poderosamente e exerce sua<br />

tirania, como em 2 Coríntios 4.4, Efésios 2.2 e em outras passagens.<br />

Os maniqueus néscia e ineficientemente abusaram desta passagem<br />

com o intuito de provar seus princípios absurdos. Pois visto<br />

que, quando a Escritura nos chama filhos de Deus, isso não se refere<br />

à transmissão ou origem de substância, mas à graça do Espírito, o<br />

qual nos regenera para novidade de vida, assim este dito de Cristo<br />

não se relaciona com a transmissão de substância, mas à corrupção<br />

da natureza, da qual a revolta humana foi a causa e origem. Portanto,<br />

quando os homens nascem filhos do diabo, não se deve imputar à<br />

criação, mas à culpa do pecado. Ora, Cristo prova isso a partir do<br />

efeito, porque voluntariamente, e de sua própria iniciativa, se dispuseram<br />

a seguir o diabo.<br />

Ele foi homicida desde o princípio. Ele explica quais são esses<br />

desejos e menciona dois exemplos: crueldade e falsidade, nos quais<br />

os judeus tanto se assemelhavam a Satanás. Ao dizer que o diabo era<br />

homicida, sua intenção é dizer que ele engendrara a destruição do<br />

homem, pois tão logo o homem foi criado, Satanás, impelido por um<br />

perverso desejo de causar dano, inclinou sua força a destruí-lo. Cristo<br />

não quer dizer o princípio da criação, como se Deus implantasse nele<br />

a disposição para fazer mal, porém condena em Satanás a corrupção<br />

da natureza, a qual ele trouxe a si mesmo. Isso transparece mais nitidamente<br />

à luz da segunda sentença, na qual ele diz:<br />

Ele não permaneceu na verdade. Pois embora os que imaginam<br />

que o diabo foi inerentemente perverso, canalizando todo seu esforço<br />

em fazer evasões, todavia tais palavras claramente expressam que<br />

houve uma mudança para pior, e que a razão pela qual Satanás era<br />

mentiroso foi esta: ele se revoltou contra a verdade. Que ele é mentiroso,<br />

não provém de sua natureza ter sido sempre contrária à verdade, mas<br />

porque ele se apartou dela por uma queda voluntária. Esta descrição<br />

de Satanás nos é altamente útil, para que cada pessoa por si mesma

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