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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 8 • 371<br />

gelho, é evidente à luz desse fato que somos inerentemente escravos<br />

do pecado. Além disso, devemos averiguar qual é o método de nosso<br />

livramento. Porque, enquanto formos governados por nossos sentidos<br />

e por nossa natural disposição, somos servos do pecado, quando, porém,<br />

o Senhor nos regenera por seu Espírito, ao mesmo nos faz livres,<br />

de modo que, libertados das tramas de Satanás, espontaneamente<br />

obedecemos à justiça. A regeneração, porém, procede da fé, e daí ser<br />

evidente que a liberdade procede do evangelho.<br />

Que agora os papistas soberbamente prossigam a vangloriar-se<br />

de seu livre-arbítrio, nós, porém, que temos consciência de nossa<br />

própria escravidão, em ninguém mais nos gloriemos senão em Cristo<br />

nosso Libertador. Pois a razão pela qual o evangelho deve ser reconhecido<br />

como aquilo que produz nosso livramento é que ele nos oferece e<br />

nos dá Cristo que nos liberta do jugo do pecado. Finalmente, devemos<br />

observar que a liberdade tem seus graus de conformidade com a medida<br />

da fé de cada um, e por isso Paulo, ainda que evidentemente fosse<br />

livre, contudo geme e aspira aquela perfeita liberdade [Rm 7.24].<br />

33. Somos descendentes de Abraão. É incerto se o evangelista<br />

aqui introduz as mesmas pessoas com quem anteriormente falava, 30 ou<br />

eram outras. Minha opinião é que replicaram a Cristo de uma maneira<br />

confusa, como usualmente ocorre numa multidão mista e confusa, e<br />

que essa réplica foi feita mais por desdenhadores do que pelos que<br />

criam. É uma forma de expressão bem costumeira na Escritura, sempre<br />

que se mencione um grupo de pessoas, atribuir em termos gerais<br />

a todos o que pertence apenas a uma parte.<br />

Os que objetam dizendo que são descendentes de Abraão e que<br />

sempre foram livres, inferiam facilmente das palavras de Cristo que a<br />

liberdade lhes foi prometida como pessoas que eram escravas. Não podem,<br />

porém, suportar ouvir que eles, que são um povo santo e eleito,<br />

sejam reduzidos à escravidão. Pois que validade tinham a adoção e o<br />

pacto [Rm 9.4], por meio dos quais foram separados de outras nações,<br />

30 “Ceux-la mesmes parlans, qui parloyent auparavant”.

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