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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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342 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

homens na religião e no temor de Deus, mas aquele que possuíam enquanto,<br />

como soberba magistral, apresentavam suas respostas, como<br />

se tão-somente eles fossem qualificados para a interpretação da lei.<br />

Indubitavelmente, é verdade que todos quantos não foram instruídos<br />

na lei de Deus são malditos, porque pelo conhecimento dela somos<br />

realmente santificados. Este conhecimento, porém, não se confina a<br />

uns poucos que, inchados com falsa confiança, desejam excluir-se da<br />

categoria dos demais homens, porém pertence geralmente a todos os<br />

filhos de Deus, para que todos, do menor ao maior deles, sejam unidos<br />

na mesma obediência da fé.<br />

50. Disse-lhes Nicodemos. O evangelista descreve Nicodemos<br />

como um homem neutro, que não se aventura a empreender de bom<br />

grado a defesa da sã doutrina, e, no entanto, não pode tolerar ver a<br />

verdade sendo oprimida.<br />

Aquele que foi a Jesus de noite. Esta circunstância é mencionada<br />

pelo evangelista, em parte para enaltecer, e em parte para denegrir<br />

Nicodemos. Se ele não tivera amado a doutrina de Cristo, jamais teria<br />

ousado a enfrentar a fúria dos perversos, pois ele sabia que, se algum<br />

deles apenas abrisse a boca, ele se veria imediatamente exposto ao desagrado<br />

e ao perigo. Quando, pois, ele se aventura a pronunciar uma<br />

palavra, por mais leve que seja, uma pequena fagulha de piedade se<br />

irradiaria de seu coração, porém, não defender a Cristo publicamente<br />

foi uma manifestação de excessiva timidez. Assim, o evangelista tem<br />

em mente que, depois de desviar-se secretamente dentro da noite,<br />

mesmo ainda nutrindo ardente aspiração, ele não é um genuíno discípulo<br />

de Cristo. Afirma ainda que ele certa vez foi ter com Jesus de noite,<br />

contudo permanecia publicamente entre seus inimigos e conservava<br />

seu lugar em suas trincheiras.<br />

Isso precisa ser observado com a máxima prudência, porque<br />

há muitos nos dias atuais que alegam assemelhar-se a Nicodemos, e<br />

esperam que, ao assumirem essa farsa, desdenhem de Deus impunemente.<br />

Admitindo sua alegação, a saber, que não há diferença alguma<br />

entre eles e Nicodemos, que defesa derivam de tal exemplo? Nicode-

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