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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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340 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Pois usam esses termos para significar que seria irracional e inconveniente<br />

que não estivessem em prontidão, ainda que todo o povo se<br />

revoltasse. Mas é preciso ver que argumento eles usam quando insultam<br />

a Cristo com tanta arrogância.<br />

48. Porventura algum dos líderes ou dos fariseus creu nele?<br />

“Ele não tem ninguém de seu lado”, dizem eles, “senão homens da<br />

ralé e ignorantes, os líderes, bem como toda pessoa de distinção,<br />

se lhe opõem”. Expressamente, nomeiam os fariseus porque eles<br />

desfrutavam de uma reputação acima dos demais, tanto por conhecimento<br />

quanto por santidade, de modo que se podia dizer que eram<br />

os príncipes do povo. Esta objeção parece possuir alguma plausibilidade,<br />

pois se os líderes e governantes da Igreja não retiverem sua<br />

autoridade, é impossível que se faça adequadamente alguma coisa,<br />

ou que a boa ordem da Igreja se prolongue. Sabemos no que resulta<br />

a paixão feroz do populacho. Em consequência da qual se segue a<br />

mais medonha desordem, quando se permite que cada pessoa faça o<br />

que bem quer. A autoridade dos que governam é, portanto, um freio<br />

indispensável na preservação da boa ordem da Igreja. E, por conseguinte,<br />

foi provido pela lei de Deus que, se surgisse alguma questão<br />

ou controvérsia, a mesma devia ser submetida à decisão do sumo<br />

sacerdote [Dt 17.8].<br />

Mas, neste aspecto, enquanto reivindicam para si a suprema autoridade,<br />

não nutrem nenhuma disposição de submeter-se a Deus.<br />

É verdade que Deus conferiu o poder de juízo ao sumo sacerdote.<br />

Deus, porém, não tencionava que o sumo sacerdote decidisse a não<br />

ser em concordância com a lei. Portanto, toda a autoridade que os<br />

pastores possuem está sujeita à Palavra de Deus, para que todos sejam<br />

mantidos em seu devido posto, desde o maior até o menor, e<br />

que tão-somente Deus seja exaltado. Se os pastores que honesta e<br />

sinceramente cumprem seu dever reivindicam autoridade para si,<br />

que essa glória seja santa e legítima. Mas quando a mera autoridade<br />

dos homens é sustentada sem a autoridade da Palavra de Deus, ela<br />

não passa de fútil e nociva vanglória. Mas, às vezes, sucede que ho-

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