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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 7 • 319<br />

sura Cristo com simplicidade, pois as pessoas comuns não estavam<br />

familiarizadas com as intenções dos sacerdotes. Portanto, aqueles<br />

homens insensatos lhe atribuem demência quando Cristo se queixa<br />

de que estavam planejando entregá-lo à morte. Aprendemos disto que<br />

devemos ser excessivamente cautelosos, não formando uma opinião<br />

sobre temas que estão fora do alcance de nosso entendimento. Mas,<br />

se porventura acontecer de sermos temerariamente condenados por<br />

homens ignorantes, saibamos digerir a afronta com brandura.<br />

21. Eu realizei uma obra. Deixando de lado suas pessoas, ele agora<br />

passa a falar do fato, pois ele prova que o milagre que realizara não<br />

é inconsistente com a lei de Deus. Ao dizer que realizara uma obra,<br />

significa que ele está sendo acusado não de um crime singular, nem<br />

que é culpado de uma obra singular, que foi a de curar um homem<br />

no dia de repouso, 11 mas que eles, em cada dia de repouso, realizam<br />

muitas obras do mesmo ou de um gênero similar, e não são tidos como<br />

criminosos, pois não passava sequer um sábado em que não houvesse<br />

muitas crianças para serem circuncidadas na Judeia. Com este exemplo,<br />

ele defende sua ação, embora não argumente meramente com<br />

base no que é semelhante, mas traça uma comparação entre o maior e<br />

o menor. Existe esta similaridade entre a circuncisão e a cura do paralítico:<br />

ambas eram obras de Deus. Cristo, porém, afirma que a última<br />

é mais excelente, porque o benefício dela se estende à totalidade do<br />

homem. Ora, se ele meramente tivesse curado a enfermidade corporal<br />

do homem, a comparação não teria sido aplicável, pois a circuncisão<br />

teria maior excelência, visto estar relacionada com a cura da alma.<br />

Cristo, pois, conecta a vantagem espiritual do milagre com o benefício<br />

externo concedido ao corpo, e com isso ele, com razão, prefere a cura<br />

total de um homem à circuncisão.<br />

Poderia haver também outra razão para a comparação, a saber,<br />

que os sacramentos nem sempre acompanhados de poder e eficácia,<br />

enquanto Cristo operou eficazmente na cura do paralítico. Mas prefiro<br />

11 “Au jour de Repos”.

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