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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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294 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

são bastante claras. Não obstante, digo que, como pessoas que vivem<br />

desgostosas com qualquer coisa, sussurraram essas palavras uns aos<br />

outros em voz murmurante. Pois se tivessem falado a Cristo, teria havido<br />

base mais sólida para esperança, porque ter-se-ia aberto uma via<br />

de instrução para eles. Agora, porém, quando se entregam a murmúrios<br />

secretos, fecham contra si o caminho da instrução. Assim, pois,<br />

quando não percebem imediatamente a intenção do Senhor, não há<br />

nada melhor a fazer senão ir diretamente a ele para que solucione todas<br />

nossas dificuldades.<br />

Isso vos escandaliza? Aqui parece que Cristo agrava ainda mais o<br />

escândalo, em vez de removê-lo. Mas se alguém examinar detidamente<br />

a base do escândalo, perceberiam na afirmação seguinte o que teria<br />

pacificado suas mentes.<br />

62. O que seria se vísseis o Filho do homem subir para onde<br />

estava antes? A humilde e deplorável condição de Cristo, que visualizaram<br />

ante seus olhos, vestido com carne, não sendo absolutamente<br />

diferente dos demais homens, os impedia de submeter-se a seu divino<br />

poder. Agora, porém, – ao retirar, por assim dizer, o véu – ele os convoca<br />

a contemplar sua glória celestial, como se dissesse: “Visto que falo<br />

com homens sem honra e sou desprezado por vós, e não vês nada em<br />

mim que seja divino, antes de mais nada Deus me adornará com esplêndido<br />

poder e, tirando-me do desprezível estado de vida mortal, me<br />

soerguerá acima dos céus”. Pois, na ressurreição de Cristo, tão grande<br />

foi o poder exibido pelo Espírito Santo, que claramente demonstrou<br />

ser Cristo o Filho de Deus, como Paulo também o demonstra [Rm 1.4].<br />

E ao dizer: Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei [Sl 2.7], a ressurreição<br />

é apresentada como prova à luz da qual aquela glória de Cristo deve<br />

ser reconhecida e sua ascensão ao céu foi a concretização dessa glória.<br />

Ao dizer que ele anteriormente estava no céu, isso não se aplica<br />

estritamente a sua natureza humana, e, no entanto, ele fala do Filho<br />

do homem. Visto, porém, que as duas naturezas em Cristo constituem<br />

uma só pessoa, não é uma maneira incomum de falar transferir a uma<br />

natureza o que é peculiar à outra.

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