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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 6 • 271<br />

venha a ser nosso e habite em nós. Ela nos faz incorporados nele, a<br />

fim de termos vida em comum com ele e, em suma, nos tornarmos um<br />

com ele [Jo 17.21]. Portanto, é verdade que tão-somente pela fé é que<br />

comemos a Cristo, desde que também entendamos de que maneira a<br />

fé nos une a ele.<br />

Jamais terá sede. É como se esse elemento fosse adicionado sem<br />

qualquer razão plausível, porquanto a função do pão não é matar a<br />

sede, mas aplacar a fome. Cristo, pois, atribui ao pão mais do que o<br />

permite sua natureza. Eu já disse que ele emprega só a palavra pão,<br />

porque a comparação entre o maná e o poder celestial de Cristo a<br />

requeria, por meio do qual nossas almas são sustentadas na vida. Ao<br />

mesmo tempo, por meio da palavra pão ele tem em mente, em termos<br />

gerais, tudo quanto nos nutre, e isso segundo o costume ordinário de<br />

sua nação. Pois os hebreus, pela figura de linguagem chamada sinédoque,<br />

usam a palavra pão para qualquer refeição, e quando falamos de<br />

Deus como sendo nosso pão diário [Mt 6.11], incluímos beber e todas<br />

as demais partes da vida. O significado, pois, é este: “Quem quer que<br />

recorra a Cristo para ter a vida dele, de nada terá falta, mas terá em<br />

abundância tudo quanto contribua para o sustento da vida”.<br />

36. Eu, porém, vos disse. Ele agora os reprova por impiamente<br />

rejeitarem o dom de Deus que lhes é oferecido. Ora, quem rejeita o<br />

que ele sabe ser-lhe dado por Deus, se faz culpado de perversamente<br />

desprezar a Deus mesmo. Se Cristo não tivesse feito conhecido seu<br />

poder, e claramente demonstrado que veio da parte de Deus, o pleito<br />

da ignorância poderia ter aliviado sua culpa, mas quando rejeitam a<br />

doutrina daquele a quem previamente reconheceram como sendo o<br />

Messias do Senhor, isso equivale a extrema vileza. É realmente certo<br />

que os homens jamais resistem a Deus propositadamente, ao ponto<br />

de refletir que nada têm a ver com Deus, e a isso se aplica o dito de<br />

Paulo: Jamais teriam crucificado o Senhor da glória, caso o tivessem<br />

conhecido [1Co 2.8]. Os incrédulos, porém, visto que voluntariamente<br />

fecham seus olhos contra a luz, são declarados com justiça que veem<br />

aquilo que imediatamente se desvanece de sua vista, porque Satanás

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