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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 6 • 261<br />

do alimento diário, mas mostra que a vida celestial deve ser preferível<br />

a esta vida terrena, porque os santos não têm outra razão para viver<br />

aqui além de, sendo peregrinos no mundo, poderem viajar rapidamente<br />

para seu país celestial.<br />

Em seguida devemos ver qual é a presente questão, pois, visto<br />

que o poder de Cristo é vilipendiado por aqueles que se devotam ao<br />

ventre e às coisas terrenas, ele argumenta sobre o que devemos buscar<br />

nele, e por que o devemos buscar. Ele emprega metáforas adaptadas<br />

às circunstâncias nas quais seu sermão foi enunciado. Se o alimento<br />

não fosse mencionado, ele teria dito, sem qualquer figura: “Vós deveis<br />

desvencilhar-vos da ansiedade acerca do mundo e esforçar-vos por<br />

obter a vida celestial”. Mas, como aqueles homens estavam correndo<br />

após sua forragem à semelhança do gado, sem mirar algo melhor, 18<br />

Cristo apresenta seu sermão com vestes metafóricas e dá o nome de<br />

alimento a tudo quanto pertence à novidade de vida. Sabemos que<br />

nossas almas são alimentadas pela doutrina do evangelho, quando ela<br />

é eficaz em nós pelo poder do Espírito. E, portanto, como a fé é a vida<br />

da alma, tudo o que nutre e promove a fé é comparado a alimento.<br />

Que permanece para a vida eterna. Ele chama incorruptível esse<br />

gênero de alimento e diz que ele permanece para a vida eterna, a fim<br />

de informar-nos que nossas almas não são alimentadas por apenas<br />

um dia, mas são nutridas na expectativa de uma bendita imortalidade,<br />

porque o Senhor começa a obra de nossa salvação para que a possa<br />

concluir no dia de Cristo [Fp 1.6]. Por essa razão, devemos receber os<br />

dons do Espírito para que os mesmos sejam penhores e garantias da<br />

vida eterna. Porque, ainda que os réprobos, depois de provarem esse<br />

alimento, frequentemente o rejeitam, de modo que o mesmo não lhes<br />

é permanente, não obstante as almas crentes sentem que esse poder<br />

é permanente, quando se tornam participantes do poder do Espírito<br />

Santo em seus dons, os quais não são de curta duração, mas, ao contrário,<br />

jamais se exaurem.<br />

18 “Sans regarder à rien de meilleur”.

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