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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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238 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

de Deus não prevalece onde não existe o desejo de obedecê-lo. Essa é a<br />

razão por que Moisés apresenta isto como o sumário ou recapitulação<br />

(ἀνακεφαλαίωσις) da lei: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o<br />

teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” [Dt 6.5].<br />

43. Eu vim no nome de meu Pai. Aliás, os falsos profetas se gloriavam<br />

neste título, como o papa, em nossos dias, se gloria, de boca<br />

cheia, de ser ele o Deputado ou Vigário de Cristo; e sob esse mesmo disfarce<br />

Satanás tem enganado os homens desditosos desde o princípio.<br />

Mas Cristo aqui apresenta a realidade, e não uma pretensão hipócrita,<br />

pois quando testifica que ele veio no nome de seu Pai, ele pretende dizer<br />

não só que o Pai o enviara, mas que fielmente executa a comissão<br />

que recebera. Com esta marca, ele distingue os mestres legítimos da<br />

Igreja dos mestres espúrios e pretensos. Esta passagem, pois, ensina<br />

que devemos ousadamente rejeitar todos quantos se exaltam e, em<br />

seu próprio nome, reivindicam autoridade sobre as almas, pois aquele<br />

se sente desejoso de ser reconhecido como servo de Deus não deve<br />

ter nada à parte de Deus. Ora, se toda a doutrina do papa fosse examinada,<br />

até mesmo um cego veria que ele veio em seu próprio nome. 18<br />

Se outro vier em seu próprio nome, a esse recebereis. Que os<br />

judeus não amavam a Deus e não tinham nenhuma reverência por<br />

ele, Cristo prova através deste argumento, a saber, que avidamente<br />

receberão os falsos profetas, enquanto se recusam a obedecer a Deus,<br />

pois ele toma em termos axiomáticos que é um sinal de uma mente<br />

perversa e ímpia quando os homens desrespeitam a verdade e voluntariamente<br />

concordam com as falsidades.<br />

Se alguém objetar dizendo que isso geralmente é feito mais por<br />

ignorância do que por malícia, a resposta é fácil. Ninguém se expõe às<br />

imposturas de Satanás, exceto enquanto o mesmo, através de alguma<br />

disposição perversa, preferir a falsidade à verdade. Pois como é possível<br />

que sejamos surdos quando Deus fala, 19 e que Satanás nos encontre<br />

18 Ao transpor as duas porções da exposição deste versículo, segui a versão francesa de<br />

nosso autor, o qual, tendo observado que suas observações sobre a primeira sentença<br />

deste versículo foram colocadas no fim, restaurou as sentenças a sua ordem natural.<br />

19 “Que nous sommes sourds quand Dieu parle.”

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