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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 235<br />

se fixa permanentemente aí. Cristo afirma que a doutrina celestial<br />

não achou morada entre os judeus, porque não receberam o Filho<br />

de Deus que é por toda parte exaltado. E com justiça ele lança sua<br />

reprovação contra eles, pois não foi em vão que Deus falou por meio<br />

de Moisés e dos profetas. Moisés não tinha nenhuma outra intenção<br />

senão convidar a todos os homens a irem diretamente a Cristo. Daí<br />

ser evidente não serem discípulos de Moisés os que rejeitam a Cristo.<br />

Além disso, como é possível que o homem tenha a palavra da vida<br />

permanente em si, quando arrebata de si a própria vida? Como é possível<br />

que o homem guarde a doutrina da lei, quando destrói a própria<br />

alma da lei, o quanto está em seu poder fazê-lo? Pois a lei sem Cristo<br />

é vazia e destituída de toda solidez. Portanto, precisamente na proporção<br />

que alguém conhece a Cristo está a proficiência que ele tem<br />

feito na palavra de Deus.<br />

39. Examinais as Escrituras. Já dissemos que a afirmação que<br />

previamente Cristo fez – de que ele tem o Pai por testemunha no céu<br />

– se refere a Moisés e aos profetas. Agora segue uma explanação mais<br />

clara, pois ele diz que aquele testemunho pode ser encontrado nas<br />

Escrituras. Uma vez mais os reprova por sua tola vanglória, porque,<br />

embora reconhecessem que tinham vida nas Escrituras, nada percebiam<br />

nelas senão letras mortas. Pois absolutamente os condena por<br />

buscarem vida nas Escrituras, visto que as mesmas nos foram dadas<br />

exatamente para esse fim e uso. Mas por que os judeus criam que as<br />

Escrituras lhes comunicavam vida, enquanto se opunham amplamente<br />

a seu natural significado, e – o que é pior – enquanto apagavam a luz da<br />

vida que elas continham? Pois como é possível que a lei conceda vida<br />

sem Cristo, o único que lhe comunica vida?<br />

Repetindo, somos instruídos por esta passagem que, se quisermos<br />

obter o conhecimento de Cristo, 17 devemos buscá-lo nas<br />

Escrituras, pois os que imaginam que qualquer coisa que acaso decidam<br />

acerca de Cristo, por fim nada terão dele senão uma sombra<br />

17 “Si nous voulons avoir cognoissance de Christ.”

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