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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 231<br />

que não foi tanto em consideração a si mesmo como de um desejo de<br />

promover o benefício dos homens que ele levantou os arautos de seu<br />

evangelho por meio de quem ele nos testifica a respeito de sua vontade.<br />

Nisso vemos também uma notável prova de sua maravilhosa benevolência,<br />

por meio da qual ele regula todas as coisas para nossa salvação.<br />

Portanto, é nosso dever, em contrapartida, esforçar-nos para que o<br />

grande cuidado que ele nutre em salvar-nos não seja infrutífero.<br />

35. Ele era uma lâmpada que ardia e alumiava. Ao chamar <strong>João</strong><br />

de uma lâmpada que ardia, prova a ingratidão deles, pois segue-se que<br />

não passavam de cegos, porquanto decidiram ser assim, visto que<br />

Deus acendeu uma lâmpada diante de seus olhos. Portanto, eis o significado<br />

das palavras: “Deus não pretendia que vos desviásseis, pois<br />

ele designou a <strong>João</strong> para que fosse uma lâmpada, a fim de dirigir-vos<br />

com sua claridade; e daí quando não me reconheceis no caráter de o<br />

Filho de Deus, isso procede de erro voluntário”. Isso é seguido de outra<br />

repreensão: que não só fecharam seus olhos, e assim obstruíram a<br />

entrada da luz que lhes fora oferecida, mas intencionalmente a usaram<br />

mal com o propósito de aniquilar a Cristo. Pois quando se prontificaram<br />

a aplaudir a <strong>João</strong> do que realmente ele merecia, isso proveio de<br />

um ímpio e traiçoeiro desígnio de não dar passagem ao Filho de Deus.<br />

E por algum tempo quiseste regalar-vos em sua luz. Este ímpio<br />

abuso da luz celestial de Cristo elegantemente se compara a fútil jovialidade;<br />

como se o chefe de uma família fosse acender uma lâmpada<br />

para seus servos passarem a noite, a fim de que possam executar<br />

as tarefas que ele lhes impôs, mas que, em vez de corresponderem,<br />

empregaram-na para a prática de devassidão e todo gênero de licenciosidade.<br />

Com essas palavras Cristo acusa os judeus e ao mesmo<br />

tempo comunica a todos nós uma advertência, a saber: que quando<br />

Deus envia mestres fiéis para guiar-nos na vereda da justiça, devemos<br />

tomar cuidado para não fazer-lhes pouco caso andando de um lado a<br />

outro em todas as direções. Quão útil é esta advertência, a experiência<br />

de todas as épocas o demonstra. Deus empreende dirigir os homens<br />

durante todo o curso de suas vidas até o alvo final, e envia seus pro-

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