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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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230 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

em sua luz. Eu, porém, tenho maior testemunho que o de <strong>João</strong>;<br />

pois as obras que meu Pai me deu a realizar, as próprias obras<br />

que eu faço testificam a meu respeito de que o Pai me enviou.<br />

33. Vós enviastes [mensageiros] a <strong>João</strong>. Antes de produzir o testemunho<br />

de Deus, ele os pressiona com a resposta de <strong>João</strong>, da qual<br />

não podiam honrosamente negar sua convicção. Pois de que utilidade<br />

foi o envio de uma delegação a ele, se não tencionavam aderir a<br />

suas palavras? Eles foram a ele na qualidade de profeta de Deus, e assim<br />

pretendiam que sua palavra seria considerada por eles como um<br />

oráculo. Ora, ainda que isso implique outra admissão em seu favor, todavia<br />

Cristo formula francamente contra eles esta acusação: que nada,<br />

senão sua própria malícia, 14 os impede de crer. E, portanto, vemos que<br />

esta circunstância é muitíssimo apropriada para a questão em mãos,<br />

isto é, que foram a <strong>João</strong>, e – como se seu motivo não fosse o desejo de<br />

aprender – inquiriram dele se porventura era o Messias, e contudo não<br />

deram atenção a sua resposta.<br />

34. Eu não recebo testemunho dos homens. Contudo não foi em<br />

vão que Deus escolhesse a Cristo para ser uma testemunha dele, e o<br />

próprio Cristo declara, em outra ocasião, que os discípulos seriam<br />

suas testemunhas: “e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém<br />

como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” [At 1.8].<br />

Eis minha resposta: Cristo se vale do testemunho de <strong>João</strong>, não porque<br />

ele dele necessitasse, mas até onde nos é vantajoso receber dele alguma<br />

confirmação. Os homens tomam por empréstimo o testemunho uns<br />

dos outros, visto que não podem dispensar tal assistência. Com Deus e<br />

Cristo o caso é diferente. Pois se os filósofos asseveram que a virtude<br />

não carece do auxílio de estranhos, o que o homem possui em si mesmo<br />

para proporcionar apoio à verdade de Deus? E Cristo imediatamente<br />

acrescenta que ele reverte o testemunho de <strong>João</strong> em favor eles: Eu vos<br />

digo essas coisas para sejais salvos. Com esta afirmação, ele quer dizer<br />

14 “Rien que leur propre malice.”

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