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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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228 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

manter nossas mentes envolvidas por tais trivialidades. Consequentemente,<br />

não havia razão por que os antigos tivessem se entregado a tanta<br />

ansiedade e angústia com o fim de refutar a calúnia de Ário. Aquele irresponsável<br />

proclamou, dizendo que o Filho não é igual ao Pai porque nada<br />

podia fazer de si mesmo. Os homens santos replicaram, dizendo que o<br />

Filho com razão reivindica para si tudo quanto pode ser atribuído ao Pai,<br />

de quem ele assume seu princípio com respeito a sua pessoa. Mas, em<br />

primeiro lugar, Cristo não fala simplesmente de sua Deidade, porém nos<br />

adverte que, quanto a ser ele revestido de nossa carne, não devemos julgá-lo<br />

com base na aparência externa, porque ele é algo mais elevado que<br />

mero homem. Uma vez mais, devemos considerar com quem ele tem a<br />

ver. Sua intenção era refutar os judeus que tudo faziam para contrastá-lo<br />

com Deus. Portanto, ele afirma que nada faz pelo poder humano, porque<br />

ele tem Deus por seu guia e diretor, o qual habita nele.<br />

Devemos manter sempre em mente que, sempre que Cristo fala<br />

a respeito de si mesmo, ele reivindica apenas aquilo que pertence ao<br />

homem, pois ele mantém seus olhos nos judeus que erroneamente<br />

afirmavam que ele não passava de alguém pertencente à categoria ordinária<br />

dos homens. Pela mesma razão, ele atribui ao Pai tudo quanto<br />

é mais elevado que o homem. A palavra juiz pertence propriamente à<br />

doutrina, mas se destina também a aplicar à totalidade de sua administração,<br />

como se dissesse que ele age movido pela diretriz do Pai,<br />

em todas as coisas; que a vontade do Pai é sua norma e por isso ele o<br />

defenderá contra todos os adversários. 13<br />

E meu juízo é justo. Ele conclui dizendo que suas ações e palavras<br />

estão além de qualquer risco de reprovação, porque ele não permite a<br />

si mesmo tentar algo, mas [tudo faz] pela ordem e diretriz do Pai, pois é<br />

preciso considerar como acima de toda controvérsia que tudo que procede<br />

de Deus tem de ser certo. Essa modéstia deve ser sustentada por<br />

nós como a primeira máxima da piedade, a saber: cultivar tal reverência<br />

pela Palavra e obras de Deus, que unicamente o nome de Deus seja<br />

13 “Il sera son protecteur et garent contre tous adversaires.”

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